Exterior mais negativo deve deixar nível de 100 mil pontos do Ibovespa para depois
A bolsa paulista mostrava fraqueza nos primeiros negócios desta terça-feira, após um começo de semana forte, em sessão de ajustes referendados pelo viés mais negativo nos mercados acionários no exterior.
Às 11:56 (horário de Brasília), o Ibovespa (IBOV) caía 0,52%, a 98.420,78 pontos.
Na véspera, o índice fechou em alta de mais de 2% e no maior patamar em quatro meses, em meio a perspectivas positivas de recuperação econômica pós-Covid-19 e com intenso noticiário corporativo no país.
“Após um início impressionante da nova semana de negociação, os mercados de ações (no exterior) mostraram alguma consolidação na madrugada”, observou o analista Milan Cutkovic, da AxiCorp.
“No entanto, o sentimento do mercado permanece positivo e ganhos adicionais parecem prováveis no curto prazo… Os participantes do mercado continuam otimistas de que o pior já passou”, acrescentou, em nota a clientes. O futuro do S&P 500 perdia 0,8%.
Também no radar está o fato de que o presidente Jair Bolsonaro foi submetido na segunda-feira a novo exame para Covid-19, que deve ter resultado divulgado nesta terça-feira.
Na visão da equipe da Terra Investimentos, os tão esperados 100 mil pontos deverão ficar para outro dia, dada a agenda fraca, o mercado externo mais negativo e a possibilidade do contágio do presidente pela Covid-19.
O Ibovespa marcou 99.256,85 pontos na máxima da segunda-feira.
Ainda, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou na véspera que a economia já iniciou processo de retomada a um ritmo acelerado.
Destaques
– CVC Brasil (CVCB3) caía 5,14%, maior queda do Ibovespa, após liderar as altas na véspera, quando fechou com elevação de 10,55%.
Antes da abertura, a operadora de turismo comunicou que está em tratativas internas finais quanto aos termos e condições definitivos de uma operação de capitalização, bem como apresentou atualizações sobre processo relacionado a erros contábeis e efeitos da pandemia de Covid-19.
– Lojas Americanas (LAME3; LAME4) e B2W(BTOW3) perdiam 2,67% e 1,23%, respectivamente, também após forte valorização na véspera, depois que a Lojas Americanas anunciou oferta de ações de até 7 bilhões de reais que inclui B2W como um dos destinos dos recursos captados na operação.
A Lojas Americanas disse que avalia capitalizar a B2W em 3 bilhões de reais.
– Bradesco (BBDC4) perdia 1,32%, após fechar em alta de 6% na segunda-feira, em meio a ajustes nos papéis de grandes bancos de varejo, com Itaú Unibanco (ITUB4) cedendo 1,59%.
– B3 (B3SA3)subia 1,01%, atenuando a pressão negativa sobre o Ibovespa.
O Credit Suisse elevou o preço-alvo da ação a R$ 68 (de R$ 58 antes), bem como previsão de lucro para o ano e reiterou recomendação de compra, citando dados preliminares de junho, com volumes muito fortes e acelerando versus maio, conforme teve acesso o Money Times.
– Petrobras (PETR3; PETR4) recuavam 0,4% e 0,6%, respectivamente, apesar de o petróleo no exterior ensaiar melhora.
A companhia também começou o descomissionamento da plataforma P-12, na Bacia de Campos, após ter recebido aval da reguladora ANP, da Marinha e do órgão ambiental Ibama, que deve ser leiloada em julho.
– Vale (VALE 3) tinha variação negativa de 0,16%, apesar da alta dos preços futuros do minério de ferro na China, com o surgimento de dúvidas em relação a um esperado aumento dos embarques do Brasil.
No setor de mineração e siderurgia, porém, Usiminas (USIM5) caía 1,84%, Gerdau (GGBR4) perdia 1,73% e CSN (CSNA3) recuava 0,80%.
– Marfrig (MRFG3) tinha elevação de 4,12%, em sessão positiva para o setor de proteínas na bolsa. Minerva (BEEF3) valorizava-se 3% e JBS (JBSS3) avançava 2,55%.