Exportadores de grãos da Argentina relatam atrasos no porto de Rosário
A câmara de exportadores da Argentina registrou na segunda-feira atrasos no embarque de cargas no porto principal do país em Rosário devido a uma confusão gerada após ordem do governo de fechar as fronteiras para conter o coronavírus.
A Argentina é um grande exportador de soja e o maior exportador mundial da oleaginosa processada como óleo e farelo de soja. O porto de Rosário, no rio Paraná, processa cerca de 80% dessas exportações.
O presidente Alberto Fernández anunciou no domingo que as fronteiras da Argentina serão fechadas para estrangeiros por 15 dias, em uma tentativa de conter a propagação do coronavírus.
O chefe da câmara de exportação (CIARA-CEC), Gustavo Idígoras, disse que a medida causou alguns transtornos em Rosário.
“Houve alguns atrasos devido à incerteza sobre como operar”, disse Idígoras à Reuters, acrescentando que o setor estava conversando com o governo sobre como resolver o problema. Ele disse que dificuldades semelhantes nas operações em outros portos do país já foram resolvidas.
Uma fonte do setor agroexportador, que pediu para não ser identificada, disse que o problema foi criado por “autoridades de saúde que aplicaram estritamente o fechamento de fronteira”, apesar de a proibição não ter sido aplicada a cargas.
O Ministério dos Transportes da Argentina não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Os atrasos ocorrem no momento em que a temporada de exportações ainda não está em pleno andamento. Os agricultores argentinos acabaram de começar a colher milho e a colheita da soja começará nas próximas semanas.
Até domingo, a Argentina registrava um total de 56 casos de coronavírus, dos quais duas pessoas morreram.