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Exportações semanal de carne caíram e China pressiona preços. Coincidência ou relação direta?

27 set 2022, 12:29 - atualizado em 27 set 2022, 14:07
Carnes
Exportações totais de carne bovina caem na semana passada frente à anterior (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A forte queda das exportações em volume de carnes bovinas na semana passada e a China oferecendo até 7% a menos pelo produto brasileiro são duas informações que movimentarão os mercados até que se conheça os dados oficiais de setembro, que possam mostrar se foi apenas coincidência ou relação direta.

Na comparação com a semana de 12 a 16, o acumulado resultou em 18,67% a menos de volumes vendidos, para 40,98 mil toneladas para todos os canais globais, em dados divulgados pela Secex ontem.

Quanto aos preços ofertados pelos chineses, principais compradores, a Agrifatto tem ouvido dos frigoríficos pedidos de R$ 5,2 mil/t nos cortes dianteiros, pressionados pela depreciação do yuan em relação do dólar. O câmbio desfavorável impacta em encarecimento das importações. A consultoria foi a primeira a destacar essa tendência, ainda no começo do mês, conforme Money Times noticiou.

Sobre o volume reduzido, Yago Travagini, um dos analistas da consultoria, prefere cautela em vê-lo relacionado à China, “seria inferência sem os números oficiais do mês”.

O mesmo pensa Gustavo Machado, da StoneX, que, inclusive, acredita que deva ter havido uma queda geral.

Mas não deixa de ser possível o cruzamento volume total versus pressão chinesa sobre as cotações.

O tamanho da queda é relevante para um comparativo semanal. Tendo em vista a China com sua participação nas exportações brasileiras – somente em agosto, 131,8 mil/t, mais da metade de tudo -, precisaria ter tido uma contribuição negativa bem acentuada em vários outros destinos do dia 19 ao dia 23.

O que pode configurar, aqui, é que os frigoríficos brasileiros não tenham aceitado as renegociações de preços menores, e, nesse caso, houve recuo nas vendas para o país asiático. Vale lembrar que a Agrifatto chegou a comentar que as empresas estavam aceitando, pelo menos no início do mês.

As estatísticas do governo brasileiro de setembro poderão dar uma pista, caso os valores totais sejam menores, mas nunca se terá certeza sem que os exportadores confirmem.

De todo modo, há sinais a serem acompanhados.

Além do mundo submergindo em desaceleração, não se descarta também que a China possa ter entrado em modo mais lento de importações.

De acordo com o Machado, analista da StoneX, os asiáticos vieram forte no segundo trimestre, particularmente, e talvez agora estejam calibrando mais as importações de carne bovina.

Por um lado, esperando a “oferta e demanda se encontrarem de novo”. Do outro, já tendo conseguido antecipar parte dos estoques que costumam fazer para o começo do ano, em razão da paralisação dos negócios pelo longo feriado do Ano Novo Lunar de fevereiro.

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