Exportações, novas plantas, pré-listing e algodão: Fávaro destaca avanços comerciais com a China
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, participou nesta quinta-feira (24), no Palácio do Itamaraty, em Brasília, da sessão plenária da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban) e destacou a boa relação comercial entre Brasil e China e a importância deste grande parceiro para o agronegócio brasileiro.
Entre os diversos resultados dessa cooperação, Carlos Fávaro citou o fim do embargo para carne bovina, a habilitação de quatro novas plantas frigoríficas, a abertura de mercado para farinhas de proteína animal e a certificação do algodão brasileiro.
De acordo com o ministro, a retirada do embargo das liberações de carnes bovinas por conta do caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), também conhecida como o mal da vaca louca, ocorrida em fevereiro deste ano, é um grande trabalho realizado pelo governo federal.
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“Inclusive, a liberação dos estoques remanescentes da carne foi uma grande conquista para este ano”, comemorou Fávaro.
O ministro lembrou que a habilitação de quatro novas plantas frigoríficas e o levantamento da suspensão de outras duas, que estavam suspensas há pelo menos três anos e voltaram às exportações, foram outras grandes conquistas.
Competitividade
Em seu discurso, o ministro informou que já foi assinado o protocolo de certificação eletrônica e, desta forma, Brasil e China vão vencer a burocracia e aumentar a competitividade.
Fávaro disse que o governo está na fase de apresentação de uma lista com 62 plantas brasileiras para serem habilitadas e tem outra relação de mais 15 plantas em avaliação. “Com isso, vamos chamar as entidades representativas de classe dos frigoríficos, para então reduzirmos essa lista para que nós possamos ter novas plantas habilitadas ainda neste ano”.
Algodão
A certificação do algodão brasileiro foi outro tema citado por Fávaro, já que a China compra 30% do algodão brasileiro que consome.
“O Ministério da Agricultura (Mapa) está com laboratório atestando a qualidade do algodão. Nós implementamos e, nesta semana, entregamos o primeiro certificado de qualidade à Chinatex, que é a maior compradora de algodão brasileiro”.
Assim, o Mapa propõe também uma reunião sanitária com os técnicos chineses para os seguintes temas:
- Reconhecimento da regionalização para a gripe aviária na exportação de carnes de aves;
- Habilitação de novas plantas de proteínas bovinas, suínas e aves;
- Revisão do protocolo de exportação de carne bovina em virtude de EEB;
- Reconhecimento do status do Brasil livre de febre aftosa e peste suína clássica.
Pré-listing para China
Por fim, o ministro citou a autorização para que o Brasil passe a ter o status de pré-listing para habilitações, que desburocratiza o acesso de novas plantas exportadoras.
“O que vai ficando pronto aqui, o Brasil coloca no sistema e já fica habilitado. Esse é um pleito importante que o país ganharia muito mercado. Os Estados Unidos já têm esse reconhecimento, e como nós somos o principal parceiro comercial do agro, ter a possibilidade de fornecer e eles reconhecerem a pré-listing brasileira nos daria mais competitividade e ganho de mercado”, disse.
Assim, o ministro encerrou sua fala dizendo que o governo federal está unido pelo fortalecimento das boas relações com parceiros importantes para o país, como a China. “E as negociações não param aqui, o trabalho continua”, concluiu.
Dessa forma, nas próximas reuniões da Cosban, o ministro pretende negociar a abertura do mercado chinês para a noz pecã brasileira e o memorando de entendimento com relação aos pesticidas, que amplia a transparência e confiança em relação aos produtos oriundos da China.
“Temos negociações avançadas na liberação do grãos, como sorgo e gergelim e também uva fresca”, registrou Fávaro.