Commodities

Exportações de açúcar da Índia devem atingir recorde de 5 milhões de toneladas neste ano

17 dez 2019, 10:21 - atualizado em 17 dez 2019, 10:21
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O Brasil já disse que os subsídios da Índia para exportação de açúcar não estavam alinhados com as regras da OMC e prejudicariam a livre concorrência no mercado global (Imagem: Reuters/Paulo Whitaker)

A Índia, maior produtora global de açúcar, deve quebrar seu próprio recorde de exportações neste ano, graças a uma onda de vendas no exterior nos últimos meses, impulsionada por preços globais atrativos, disseram representantes do setor e operadores nesta terça-feira.

As usinas de açúcar da Índia fecharam negócios para exportar 2 milhões de toneladas na nova temporada que teve início em 1° de outubro de 2019, levantando expectativas de que o país pode vender ao menos 5 milhões de toneladas no mercado global na safra 2019/20, o que representaria avanço de quase um terço frente à temporada anterior.

“Olhando a tendência atual, eu posso te dizer com total confiança que nós seremos capazes de exportar ao menos 5 milhões de toneladas neste ano”, disse um operador da unidade indiana de uma trading global.

Se alcançarem esse volume, as exportações indianas superariam um pico anterior de 4,96 milhões de toneladas embarcadas em 2007/2008, segundo dados da indústria.

OMC
Os maiores embarques de açúcar da Índia também podem intensificar uma disputa comercial na OMC (Imagem: Reuters/Ruben Sprich)

O salto tem sido impulsionado por uma recuperação dos preços internacionais, pela fraqueza da moeda indiana, a rúpia, e uma série de subsídios do governo que tornaram as exportações lucrativas.

“Na comparação com o ano passado, as exportações ganharam força este ano desde o início da temporada devido a uma melhoria nos preços do açúcar”, disse Rahil Shaikh, diretor da MEIR Commodities India.

Um forte aumento nas exportações da Índia, também o maior consumidor de açúcar do mundo, pode pesar sobre os preços de referência em Nova York e Londres e reduzir a participação de mercado dos rivais Brasil, Tailândia e Austrália, os principais fornecedores de açúcar do mundo.

Os maiores embarques de açúcar da Índia também podem intensificar uma disputa comercial na Organização Mundial do Comércio (OMC).

O Brasil já disse que os subsídios da Índia para exportação de açúcar não estavam alinhados com as regras da OMC e prejudicariam a livre concorrência no mercado global. Brasil, Austrália e Guatemala questionaram os subsídios na OMC.

A Índia, que tem lutado contra um excesso de oferta de açúcar, aprovou subsídio de 10.448 rúpias (145,58 dólares) por tonelada para exportações na temporada 2019/20 – um movimento que incentivou as usinas a fechar acordos de vendas no exterior no início deste ano.

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