Exportação e produção de carnes do Brasil terão aumento em 2021 e 2022, diz ABPA
O governo brasileiro está negociando um aumento nas cotas de exportação de frango para o Reino Unido, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, em entrevista coletiva nesta quarta-feira.
Pelo atual sistema de cotas, o Brasil, maior exportador mundial de frango, pode vender 26,8 mil toneladas de produtos como nuggets e hambúrgueres para o Reino Unido em um ano, além de quase 41 mil toneladas da proteína in natura para processamento naquele destino, afirmou o executivo.
As negociações em andamento visam aumentar a cota de produtos processados em cerca de 16 mil toneladas e a cota de in natura em torno de 6 mil toneladas, conforme a associação.
Santin disse que as empresas locais estão prontas para aumentar imediatamente o fornecimento se as negociações forem bem-sucedidas.
“Em um momento em que a Inglaterra enfrenta escassez de produtos, esta é a melhor contribuição que o Brasil pode dar”, disse ele.
O Ministério da Agricultura não retornou imediatamente um pedido de comentário.
O presidente Jair Bolsonaro disse em 23 de setembro que o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, pediu a ele um acordo emergencial para fornecer um produto alimentício que falta ao Reino Unido. Bolsonaro não deu o nome do produto, mas disse que já havia repassado o pedido de Johnson à ministra da Agricultura, Tereza Cristina.
A ABPA, que representa grandes frigoríficos como BRF (BRFS) e JBS (JBSS3), disse que o Brasil também está tentando começar a exportar carne suína para o Canadá, acrescentando que um acordo para acessar esse mercado é iminente.
A produção geral de frangos e suínos do Brasil, bem como as exportações, devem crescer este ano e no próximo, mesmo com o setor continuando a enfrentar uma forte alta nos preços do milho e da soja, que impactam o custo da ração.
A associação disse que a indústria obteve algum alívio com a redução das exportações de milho do Brasil neste ano e com a remoção de tarifas sobre as importações do cereal.
Os preços internos do milho no Brasil dispararam 154% e os preços da soja saltaram 133% entre janeiro de 2019 e agosto de 2021, informou a ABPA.
(Atualizada às 14:58)