Exportação do Pix vai facilitar compras internacionais e remessa de dinheiro
Lançado em outubro de 2020, o Pix virou uma febre entre os brasileiros. Com quase dois anos, o sistema de pagamento instantâneo já conta com 478,3 milhões de chaves registradas e 1 bilhão de transações feitas.
O plano, agora, é exportar a tecnologia para outros países. De acordo com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a autoridade monetária está conversando com a Colômbia e com o Canadá para aplicar o sistema de pagamento por lá.
A exportação do Pix pode mudar todo o comércio mundial, de acordo com Carla Beni, economista e professora de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV).
“Esse é o grande objetivo. Praticamente, já há cerca de 50 países operando com esse tipo de sistema instantâneo. Isso cria uma agilidade nunca vista para transações internacionais, além de desburocratizar as compras e transferências”, afirma.
Com um sistema global de pagamento instantâneo, seria possível, por exemplo, enviar uma remessa de dinheiro para outro país em poucos minutos. Além de pagar compras internacionais sem precisar de um cartão de crédito.
A economista aponta que o projeto de open finance do Banco Central ajuda a preencher lacunas na estrutura do atual sistema de pagamento. “Ainda é preciso baixar o custo, aumentar a segurança e a competitividade, além de melhorar a experiência financeira como um todo.”
Pelo mundo
Além do Brasil, outros países já trabalham com seus próprios sistemas instantâneos de pagamento que funcionam 24 horas. No ano passado, o Banco Central da Argentina lançou o Transferencias 3.0 – ele funciona como uma carteira virtual; basta escanear um QR Code para realizar um pagamento.
Mas o mais popular é o sistema da China, que funciona até nos transportes públicos e já tem tecnologia de reconhecimento facial. Em 2021, o Banco Popular da China processou mais de 150 bilhões de transações via smartphone.
Outro é o da Índia. Lançado em 2016, o Unified Payments Interface (UPI) processa, em média, 6 bilhões de transferências por mês. A projeção é de que, em até cinco anos, seja um bilhão de transações por dia.
Os Estados Unidos também vão entrar nessa lista. O Federal Reserve está trabalhando no desenvolvimento do FedNow – uma espécie de Pix americano. O sistema está em fase de testes e deve ser lançado entre maio e julho de 2023.
É o fim do cartão?
Apesar do sucesso nos pagamentos mobile, ainda não é hora de jogar os cartões no lixo. Por mais que o Pix tenha uma boa adesão, o sistema de pagamentos precisa estar completamente integrado.
Também é preciso que o comércio adote o sistema da mesma forma que as pessoas físicas e desenvolver as redes e infraestrutura do país.
Enquanto isso não acontece, Carla destaca que as empresas de maquininhas de cartão vão precisar se reinventar e repensar o negócio.
“As pessoas que tem Pix ainda usam bastante o cartão. Mas conforme a população percebe os benefícios, menos as empresas vão querer pagar um aluguel de máquina.”
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