Exportação de suco de laranja do Brasil cai 1% na safra 21/22 até fevereiro
As exportações brasileiras de suco de laranja atingiram 658.448 toneladas na safra 2021/22 até fevereiro, queda de 1,02% ante igual período do ciclo anterior, em meio à dificuldade do setor após efeitos da secas e geadas ocorridas no ano passado, disse nesta segunda-feira a CitrusBR.
Em receita, os embarques da bebida (FCOJ Equivalente a 66º Brix) somaram 1,067 bilhão de dólares nos oito primeiros meses da temporada, alta de 9,24%, conforme levantamento da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos, com base em dados do governo federal.
Os problemas climáticos que atingiram os pomares do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro levaram a uma redução no potencial produtivo desta safra estimada em 30 milhões de caixas, ou 10,21%, segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
A Europa continua a ser o principal mercado das exportações brasileiras, com uma participação de 63,32%, seguida de Estados Unidos (20,03%), China (7,87%) e Japão (4,60%).
Segundo a CitrusBR, o mercado europeu representou 416.070 toneladas em compras, leve alta de 0,88% ante os oito primeiros meses de 2020/21. Em faturamento, os embarques somaram 682,1 milhões de dólares, avanço de 11,33%.
O destaque negativo citado pela associação ficou para os Estados Unidos, onde o suco de laranja brasileiro perdeu participação para a bebida do México, isenta de tarifa, enquanto o Brasil paga uma taxa de 415 dólares a tonelada.
Os embarques para os EUA registraram queda de 3% com volume de 131.732 toneladas, enquanto no mesmo período na safra 2020/21 o volume era de 135.817 toneladas.
“Os dados nos mostram como nos últimos anos o suco de laranja brasileiro tem perdido competividade no mercado americano”, disse em nota o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
Já a China importou de julho a fevereiro da safra 2021/22 o total de 51.697 toneladas, volume 60% maior do que o registrado no mesmo período do ciclo anterior. O faturamento com as vendas para este mercado cresceu 57,17%, para 61,3 milhões de dólares.
“Aos poucos o mercado chinês parece estar amadurecendo e o consumo de suco de laranja passa a ganhar fôlego de forma bastante orgânica”, afirmou o executivo.
Ele disse que as operações de suco de laranja continuam a ser impactadas pela cobrança de uma espécie de imposto de exportação decorrente de uma interpretação da Solução de Consulta n.º 2 de 2019 da Receita Federal.
“Essa ‘regra’, que tem sido aplicada desde abril de 2019, permite a cobrança de 34% de imposto de renda de pessoa jurídica (IRPJ) sobre tarifas pagas a governos estrangeiros a título de imposto de importação. Essa inovação… mina a competitividade do setor exportador… O avanço do México no mercado americano é um bom exemplo.”