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Exportação de frigorífico praticamente para com dólar fraco. Se renegociar valor, some mais a margem

02 fev 2022, 16:53 - atualizado em 02 fev 2022, 17:36
Operações externas do Verdi ficam comprometidas com a queda do dólar (Frigorífico Verdi)

A continuar o dólar na faixa dos R$ 5,30, o Frigorífico Verdi vai acabar só cumprindo os contratos de exportações de carne bovina que possui, e ainda só daqueles importadores que anteciparam 40%.

Vendas novas estão praticamente zeradas nos últimos dias, informa o presidente Ariel Verdi, porque o real fortalecido torna mais cara a proteína nacional. A empresa alcança Oriente Médio, Golfo da África de Hong Kong.

Naturalmente que para uma indústria do porte da catarinense de Pouso Redondo, com pequeno volume – 250 abates/dia e exportações que variam de 15% a 30% – a situação pode estar mais complicada que para as maiores, incluindo os três players dominantes, JBS (JBSS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3).

Mas retrata uma situação geral do mercado exportador de bovinos, como de outros produtos, mesmo que as vendas externas tenham sido mais positivas em janeiro sobre janeiro 21.

Com o real em R$ 5,60, na média que vinha há uns dias atrás, já estava difícil. No câmbio atual, fica mais caro para o importador, porque o custo dele não mudou, avalia Verdi.

E se houver pressão para o frigorífico renegociar valores, complica mais ainda para as empresas, porque a margem fica mais estreita na relação com a compra do boi, informa o empresário.

Em Santa Catarina, por exemplo, está entre R$ 320 e R$ 325. Em São Paulo, pouco menos de R$ 340.

“O dólar futuro ajuda um pouco, mas, mesmo assim, há um estreitamento da margem na relação preço e receita”, complementa Caio Toledo Godoy, analista de risco da StoneX.

E, para as empresas tomarem recursos no mercado, o consultor ainda pondera que o “custo do dinheiro não é o mesmo do ano passado, o que complica mais ainda”.