Exportação de farelo dispara com seca dificultando saída pela Argentina
Os embarques de farelo de soja pelo porto de Paranaguá aumentaram em setembro devido à forte demanda e à seca na América do Sul, que interrompeu uma rota de escoamento do produto via Argentina.
Em comunicado enviado à Reuters nesta sexta-feira, a autoridade portuária de Paranaguá disse que os exportadores embarcaram 419.314 toneladas de farelo de soja no mês passado, um aumento de 35% em relação a agosto e de quase 33% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Os preços e a demanda internacionais favoreceram o aumento das exportações de farelo de soja do Brasil, segundo a Associação dos Terminais do Corredor de Exportação de Paranaguá (Atexp), citada no comunicado.
Além disso, o embarque de farelo de soja no Brasil com origem no Paraguai tem sido um fator.
“O país vizinho, que costumava transportar o farelo de soja por barcaça até os portos argentinos… teve que buscar alternativas”, disse o comunicado da autoridade do porto de Paranaguá. Devido à crise hídrica e o baixo nível de água da bacia do Rio da Prata, essas barcaças não podem navegar, por isso o produto está sendo enviado por rodovia e embarcado do Brasil, acrescentou o comunicado.
As grandes cooperativas agrícolas brasileiras, como a Coamo, e multinacionais como Cargill e Louis Dreyfus, embarcaram farelo de soja de Paranaguá em setembro, segundo o comunicado.
A previsão é que 150 mil toneladas de farelo de soja cheguem do Paraguai para serem exportadas de Paranaguá até o final deste ano, informou a autoridade.
Com a persistência da seca, a expectativa é de que cerca de 400 mil toneladas de farelo de soja paraguaio cheguem e sejam embarcadas do mesmo porto em 2022, acrescentou o comunicado.
O principal concorrente do farelo de soja brasileiro no mercado internacional é a Argentina.
“A seca do Rio da Prata também prejudicou o preço do produto argentino, que ficou menos competitivo, abrindo mercado para o Brasil”, disse o comunicado.