Exportação de algodão do Brasil dispara e venda à China supera consumo interno
As exportações de algodão do Brasil atingiram 115.243 toneladas em maio, alta de 66% na comparação anual e novo recorde para o mês, com uma forte demanda chinesa pela pluma brasileira, informou a Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) nesta quinta-feira.
Segundo a Abrapa, os embarques de maio levaram o acumulado da temporada 2020/21 a superar o desempenho de todo o ciclo anterior antes de o atual ano-safra terminar (em junho), com a China importando no período mais do que o consumo anual brasileiro.
Segundo dados do sistema de comércio exterior do Ministério da Economia compilados pela associação, os embarques da fibra somaram 2,235 milhões de toneladas até este momento de 2020/21, cifra 23% superior à realizada em 2019/20 completo.
A Abrapa disse que a China, maior importadora de algodão do Brasil, adquiriu 23,7 mil toneladas em maio, superando a marca de 700 mil toneladas importadas em 2020/21, 22% a mais do que em igual período do ano passado.
A associação destacou que as exportações no ano comercial para a China já superam o consumo das indústrias têxteis do Brasil, estimado pela estatal Conab em 680 mil toneladas em 2020/21.
Os chineses foram responsáveis, de acordo com a entidade, por 31% do volume total enviado pelo Brasil ao exterior em 2020/21 até aqui.
“Estamos fortalecendo nossas parcerias com entidades que representam o setor têxtil chinês exatamente para manter esse ritmo no nosso comércio exterior”, afirmou em nota o presidente da Abrapa, Júlio Busato.
Além da China, a entidade destacou o Vietnã, com 17% de participação nas exportações brasileiras, e o Paquistão, responsável por 12%, entre os maiores clientes.