Internacional

Exigências do Reino Unido para negociações comerciais com EUA devem testar relacionamento especial

02 mar 2020, 14:43 - atualizado em 02 mar 2020, 14:43
Boris Trump
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, observado de perto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, durante cúpula da Otan (Imagem: REUTERS/Peter Nicholls)

O Reino Unido anunciou seu mandato para negociações comerciais com os Estados Unidos nesta segunda-feira, com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson prometendo uma barganha nas negociações que devem testar o “relacionamento especial” entre os dois países.

Depois de deixar a União Europeia (UE) em janeiro, Johnson quer buscar um acordo comercial com Washington para tentar não apenas defender a nova independência britânica, mas também pressionar o bloco europeu em negociações separadas sobre um futuro relacionamento.

Enquanto uma equipe de negociação se dirige a Bruxelas para iniciar essas discussões, o governo estabeleceu seu mandato para negociações com os Estados Unidos, alertando que Londres vai virar as costas se suas demandas não forem atendidas.

O Reino Unido disse que quer obter “grandes ganhos” ao remover barreiras ao comércio, mas que seu amado Serviço Nacional de Saúde (NHS) não estará na mesa de negociações e que seus padrões alimentares serão mantidos.

Isso poderia colocar os dois lados em rota de colisão, colocando pressão adicional em um relacionamento já prejudicado pela decisão de Londres de permitir à Huawei da China um papel, ainda que limitado, em sua rede móvel 5G e por uma proposta de imposto sobre serviços digitais.

“Temos os melhores negociadores no ramo e, é claro, vamos conduzir uma barganha difícil para impulsionar a indústria britânica”, disse Johnson. “Mais importante ainda, este acordo comercial transatlântico refletirá a proximidade única de nossas duas grandes nações.”

O mandato de negociação sugere que o Reino Unido pode reconsiderar a introdução de um imposto digital em abril, criticado por Washington.

O governo britânico disse que sua análise mostrou que um acordo com os Estados Unidos poderia aumentar o comércio transatlântico em 15,3 bilhões de libras (19,61 bilhões de dólares) em 15 anos e elevar o tamanho da economia do Reino Unido em 0,16%.

Atualmente, os Estados Unidos são o maior parceiro comercial do Reino Unido depois da UE, representando quase 19% de todas as suas exportações em 2018 e 11% das importações. Em comparação, a UE representou 45% de todas as exportações do Reino Unido e 53% de suas importações.

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