Política

Exército arquiva procedimento contra Pazuello por posar em evento político com Bolsonaro

03 jun 2021, 17:25 - atualizado em 03 jun 2021, 17:25
Jair Bolsonaro
O ato que suscitou o procedimento disciplinar no Exército ocorreu no fim de maio (Imagem: Reuters/Stringer)

O Comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, considerou que a presença do ex-ministro da Saúde, general da ativa Eduardo Pazuello, em ato político no Rio de Janeiro no fim de maio não configurou prática de transgressão disciplinar e decidiu arquivar o procedimento administrativo contra o colega, informou nota do Exército nesta quinta-feira.

Pazuello participou, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, de evento com apoiadores e chegou a fazer discurso ao microfone.

Regulamento disciplinar do Exército considera transgressão a manifestação de militares da ativa a respeito de assuntos de natureza político-partidária.

“Acerca da participação do general de Divisão Eduardo Pazuello em evento realizado na cidade do Rio de Janeiro, no dia 23 de maio de 2021, o Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Comandante do Exército analisou e acolheu os argumentos apresentados por escrito e sustentados oralmente pelo referido oficial-general”, diz a nota.

“Desta forma, não restou caracterizada a prática de transgressão disciplinar por parte do General Pazuello. Em consequência, arquivou-se o procedimento administrativo que havia sido instaurado”, acrescenta a nota.

Na terça-feira, Bolsonaro nomeou Pazuello secretário de Estudos Estratégicos da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República, meses após substituí-lo como ministro da Saúde durante uma onda mortal da Covid-19 no Brasil.

O ato que suscitou o procedimento disciplinar no Exército ocorreu no fim de maio, pouco depois de depoimento do ex-ministro à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado que apura a gestão federal no combate à pandemia, em especial no Amazonas, Estado mais atingido pela doença, além de possíveis irregularidades em repasses de recursos da União a entes federativos.

Tanto Pazuello quanto Bolsonaro não utilizavam máscaras de proteção e havia concentração de apoiadores.