Executivos da SouthRock, dona da Starbucks Brasil, são investigados pela polícia por estelionato e fraude; entenda
Executivos da SouthRock, empresa dona do Starbucks Brasil, estão sendo alvos de investigação da Polícia Civil de São Paulo, segundo informações do jornal O Globo. A ação ocorre em meio ao processo de recuperação judicial da cafeteria, que busca reestruturar dívidas de R$ 1,8 bilhão.
De acordo com o jornal, os executivos estão sendo investigados por crimes de estelionato, falsidade ideológica e apropriação indébita contra credores. Destaque para um empréstimo de R$ 75 milhões que teria sido adquirido depois de uma alteração de balanços patrimoniais.
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Obtido pel’O Globo, o inquérito foi aberto em dezembro do ano passado e foca no CEO e fundador da SouthRock, Kenneth Pope, o diretor financeiro do grupo, Fábio Rohr, e o gerente financeiro do Starbucks, Marcos de Jesus Carvalho.
Ainda, a reportagem aponta que as acusações partiram de notícia-crime registrada pela Ibiuna Investimentos e pela securitizadora Travessia, que são as responsáveis pela operação de crédito.
A Polícia Civil investiga as alegações de que os executivos teriam apresentado demonstrativos financeiros falsos com o intuito de obter vantagem ilícita dos credores, conforme o jornal. Procurada pelo Money Times, a companhia negou as acusações.
“A SouthRock nega as acusações e esclarece que o pedido de inquérito trata-se uma clara tentativa de justificar para investidores operações de crédito realizadas. Por fim, informa que os valores mencionados constam no balanço da empresa e no Imposto de Renda do sócio. E esclarece que todas as movimentações foram realizadas anos antes ao processo de Recuperação Judicial, iniciado no fim do ano de 2023, e devidamente documentadas”, diz em nota.
Recuperação judicial da Starbucks
Em 31 de outubro de 2023, a empresa de private equity SouthRock Capital, operadora das marcas Starbucks e Subway no Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial.
O documento elaborado pela TWK Advogados, no qual o Money Times teve acesso, tem 30 páginas e cita dívidas de R$ 1,8 bilhão.
A empresa, do investidor norte-americano Ken Pope, entrou com o pedido de RJ em São Paulo alegando que “é onde são realizadas as operações comerciais que geram a maior parte das receitas e onde estão situados os ativos mais relevantes”.
A SouthRock explicou que solicitou a recuperação judicial para proteger financeiramente algumas de suas operações no Brasil atrelado a decisões estratégicas para ajustar seu modelo de negócio ao atual cenário econômico.
“Os ajustes incluem a revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente”, reforça.