Automóveis

Executivo do setor automotivo salva fabricante de iates de luxo

13 ago 2019, 15:50 - atualizado em 13 ago 2019, 15:50
Barcos-carros
Sheriff ainda fala como especialista em carros: por exemplo, ao descrever o recém-lançado R35 da Princess como “iate esportivo” (Imagem: Luke MacGregor/Bloomberg)

Antony Sheriff chegou à fabricante de iates Princess há três anos, pouco depois de deixar a McLaren Automotive. Ele esperava trazer lições aprendidas com a fabricação de supercarros para os iates, um negócio famoso por perder dinheiro à moda antiga: entregar primeiro quando a crise aperta.

Sem experiência em construção naval, Sheriff, presidente do conselho, suspeitava que muitas das estratégias de corte de custos da indústria automobilística desenvolvidas nas últimas duas décadas seriam facilmente aplicadas. Mas ele logo descobriu quão pouco as estratégias de redução de custos, como terceirização e demissões, poderiam ser aplicadas na fabricação manual de iates e superiates de até 40 metros em Plymouth, na costa sul da Inglaterra.

Então, em vez de simplificar a Princess Yachts International, Sheriff escolheu uma abordagem diferente. Mais luxo. Inovação. Melhor design. Em poucos anos, o executivo expandiu a equipe em cerca de mil pessoas, ou quase 50%. Alguns novos modelos, como o R35, vêm da célebre Pininfarina, da Itália, a mão por trás de dezenas de Ferraris, Alfa Romeos e Lancias.

O momento da virada não poderia ser melhor. O clima econômico atual, com uma classe crescente de super-ricos, tem sido bom para o comércio de iates, e a Princess, que lucrou quase 30 milhões de libras (US$ 36 milhões) com receita de 340 milhões de libras em 2018, está entre as sortudas. A carteira de pedidos em 2019 está repleta e se estende por um bom período em 2020, com mais de 700 milhões de libras em comissões. Para igualar as vendas recordes de barcos, os 3.200 funcionários da Princess a tornam uma das maiores fabricantes especializadas do Reino Unido, superando a Aston Martin.

A Princess estava afundando financeiramente em 2015, com um prejuízo de 19 milhões de libras. A L Capital 2 FCPR – um fundo de investimento privado apoiado pela LVMH, dona de marcas de luxo como Louis Vuitton e Dom Perignon – adquiriu a empresa há 11 anos de seu fundador, David King.

Os laços de Sheriff com o setor automobilístico continuam fortes. Ele participa do conselho em três promissores projetos de tecnologia de ponta: Rivian, uma startup de Michigan que planeja fabricar caminhonetes e SUVs elétricos; Rimac, uma empresa croata dinâmica e altamente conceituada, cuja tecnologia avançada de engenharia de veículos elétricos já atraiu investimentos significativos da Porsche e de outros pesos-pesados; e a Pininfarina. Revigorada com o financiamento da nova proprietária indiana Mahindra and Mahindra, a empresa italiana está fabricando um supercarro de 1.900 cavalos de potência, totalmente elétrico e com tração nas quatro rodas: o Pininfarina Battista, de US$ 2,1 milhões.

Sheriff ainda fala como especialista em carros: por exemplo, ao descrever o recém-lançado R35 da Princess como “iate esportivo”.

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