Executivo de empresa: seu melhor amigo ou inimigo?
Uma das tarefas mais difíceis de um investidor de ações é entender se os incentivos financeiros dos executivos de uma empresa estão alinhados com os interesses do acionista minoritário. A última coisa que um acionista espera de um sócio executivo é que ele se aproprie oportunisticamente do dinheiro gerado pelo negócio, seja – citando apenas dois exemplos – aumentando o próprio salário sem um motivo claro para isso, seja enganando o acionista com ‘maracutaias’ financeiras quase imperceptíveis sem um olhar cuidadoso sobre os números.
No último domingo, ao reler o livro “As cartas de Warren Buffett: Lições de investimento e gestão selecionadas das cartas aos acionistas da Berkshire Hathaway”, o tema remuneração aos executivos¹ – explorado pelo Buffett em suas cartas anuais entre 1985 e 2005 – certamente abriu ainda mais os meus olhos para esse tópico tão fundamental dentro da governança de uma empresa.
Destacarei, a seguir, os três principais insights extraídos da minha leitura com o velhinho e que já se transformaram em perguntas dentro de nosso processo de investimento:
1) Quanto do crescimento de lucro líquido de uma empresa pode ser atribuído às decisões de alocação de capital dos executivos?
Crescimento de lucro não necessariamente é bom: se o retorno sobre o capital investido for medíocre e o capital empregado aumentar na mesma proporção dos lucros, o crescimento de lucro não gera valor. Uma empresa quadruplicaria os seus lucros em 18 anos se simplesmente reinvestisse os lucros retidos em uma renda fixa que pague 8% ao ano.
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