Exclusivo: Vitreo fala sobre IPO da XP e fundo que já atraiu 5 mil investidores
A venda inicial de ações da XP Inc. (XP), que controla a XP Investimentos, não é um IPO tradicional. Isto porque, ao contrário de ser realizado no Brasil, na B3 (B3SA3), irá acontecer nos EUA, na Nasdaq.
A decisão da empresa frustrou muitos investidores que planejavam participar da história de crescimento da XP por meio das suas corretoras e abriu espaço para que o mercado criasse alternativas para atender a esta demanda.
Foi o que fez a gestora Vitreo com o fundo Exponencial, cuja aplicação será em ações da XP, e o Exponencial Light, que irá aplicar 20% do seu patrimônio no Exponencial.
O chefe de investimentos da Vitreo, George Wachsmann – conhecido como Jojo -, recebeu o Money Times para falar sobre os detalhes da operação, como taxas, regulação e desempenho.
Polêmica
Temendo ser questionada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a XP Investimentos divulgou, em um comunicado interno, que não iria aceitar a participação de fundos brasileiros em seu IPO.
“Entendemos que há riscos de órgãos reguladores interpretarem se tratar de oferta irregular, passível de penalidades, tendo em vista que o potencial IPO da XP Inc., será realizado exclusivamente nos EUA e não será destinado a investidores residentes no Brasil”, informou a corretora.
A CVM, contudo, deixou claro em um comunicado enviado ao Money Times que não há este tipo de impedimento citado pela XP.
“Em tese, não há restrição para que um ‘fundo brasileiro capte recursos de investidores brasileiros para investir em ofertas públicas no exterior’, em linha com as disposições da Instrução CVM 555. Adicionalmente, ressaltamos que a CVM acompanha e analisa informações e movimentações no âmbito do mercado de valores mobiliários brasileiro, mantendo, inclusive, contato direto com os participantes do segmento, e tomando as medidas cabíveis, sempre que necessário. A Autarquia não comenta questões que tendem a estar no âmbito de casos específicos em andamento”.
A Vitreo revela que mais de 5 mil pessoas já investiram nos fundos. O valor chega a R$ 75 milhões.