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Exclusivo: Minha empresa vai retornar ao escritório? Confira o que indica pesquisa

14 abr 2022, 16:20 - atualizado em 14 abr 2022, 16:20
Pesquisa atualiza intenção de retorno das empresas aos escritórios e adequações feitas para conter os riscos sanitários desse retorno (Imagem: Alex Kotliarskyi/Unsplash)

Mais de 90% das empresas estão investindo em ações para incentivar a vacinação e 39% estão reembolsando exames de Covid-19, aponta levantamento da Mercer Brasil: esses são os números recentes sobre a intenção das empresas para o retorno aos escritórios.

O estudo analisou, principalmente, como as empresas estão se organizando para o retorno presencial aos escritórios após a chegada e estabelecimento da Ômicron, a mais recente variante do Coronavírus.

O Money Times teve acesso exclusivo ao levantamento.

Antes da nova variante, 62% das empresas já haviam retornado ao escritório — parcial e/ou completamente —, porém, mais da metade precisou suspender o retorno.

Agora, 65% das empresas pretendiam voltar aos escritórios até março, 14% durante o 2º trimestre desse ano, e o restante até o terceiro semestre de 2022.

Retorno por setor

Segundo a pesquisa, o setor de Alta Tecnologia é o que tem a maior taxa de não retorno ao presencial antes da Ômicron, com 71,42%, e o segundo com a maior taxa de não pagamento de exames para detecção de Covid-19, representando 80,95%.

No setor de Seguro/Resseguros, embora 60% já tivessem voltado aos escritórios, todos decidiram suspender o trabalho presencial com o surgimento da onda da Ômicron. Neste segmento, não há política de reembolso registrada, como mostram os dados.

Os setores de Agro e Bens de Consumo, mesmo em sua maioria não tendo retornado de forma 100% presencial aos escritórios, registraram as maiores taxas de pagamento de reembolso dos exames, por volta de 70%, diz o estudo da Mercer.

O retorno conta com a vacinação

De acordo com a pesquisa, mais de 90% das empresas estão investindo em ações para incentivar a vacinação e 39% estão reembolsando exames de covid-19.

Além disso, as principais condições para determinar o retorno das equipes serão o calendário de vacinação completo e não ultrapassar 30% da capacidade dos escritórios.

“O novo estudo da Mercer Brasil demonstra que a preocupação das empresas com a pandemia não deve cessar tão logo. Apesar da queda das taxas de infecção e mortes, ainda há dúvidas quanto ao retorno presencial por várias razões, desde as mais óbvias, como a sanitária, até as menos palpáveis, como a necessidade real de se voltar e o desejo da força de trabalho”, afirma Rafael Ricarte, Líder de Inovação e Produtos de Carreira da Mercer Brasil.

Quando questionadas sobre as medidas que estão sendo tomadas para o retorno presencial, 100% das empresas estão utilizando o álcool em gel; 76% fazem a medição de temperatura; 63% solicitam o calendário completo de vacinação; 58% estão adotando dias escalonados de trabalho; e apenas 40% solicitam testes de Covid-19.

A volta aos escritórios e o “novo normal”

Durante o auge da pandemia da Covid-19 muito se falou do “novo normal” que, em linhas gerais, referia-se ao distanciamento social, o uso de máscaras e álcool em gel e o home office para alguns.

Para o retorno aos escritórios, Ricarte identifica que a comunicação é muito importante.

“Muitas empresas têm imposto alguma política sem escutar, o que é ruim. Empresas têm escutado e não implementado o que escutou, o que é pior ainda. E empresas têm escutado e implementado”, pontua.

Normalizar essa escuta é, entre outras coisas, o que reduz a dissonância, ou seja, a falta de alinhamento entre os valores das empresas e dos funcionários.

Desalinhamento esse que ficou mais visível com o retorno aos escritórios, como aponta o Líder de Inovação e Produtos de Carreira da Mercer Brasil.

Algo que também apresentou diferenças com a pandemia, estabelecendo um velho e novo normal, foram as barreiras como levanta o especialista: “muitas barreiras caíram nesses últimos meses, como a barreira entre a vida pessoal e profissional”.

“Pessoas passam a exigir da empresa a mesma personalização da experiência que elas têm na vida pessoal”, afirma. Por isso, é importante que a oferta de valor oferecida pelo empregador esteja convergente ao que as pessoas querem e precisam, explica ele.

Para isso, duas palavras-chave servem como norte: obrigatoriedade e flexibilidade, assinala o especialista da Mercer.

“O equilíbrio entre eles é difícil, para algumas empresas pode funcionar o [trabalho] 100% remoto e para outras o físico”, complementa ele.  

“Tudo o que você fala que é obrigatório pega mal. E as pessoas querem flexibilidade, elas são adultas, sabem o que tem que fazer [no trabalho]”, finaliza.

Ainda nesse sentido, Ricarte questiona o papel do escritório hoje e defende que cabe as empresas definirem isso com base em suas filosofias, assumindo as consequências caso, por exemplo, as demissões aumentem devido a sua decisão.

Assim, a companhia vai definir a sua identidade e seu propósito, e o trabalhador precisa avaliar se esses novos rumos fazem sentido para ele. E não é tão simples assim.

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