Exclusivo: Junto ao Agora!, de Huck, PPS busca candidato unificador
O Partido Popular Socialista (PPS) se organiza para reunir lideranças em um “campo democrático” de centro contra as candidaturas do lulopetismo e de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, segundo o presidente nacional do partido, deputado Roberto Freire. Nessa estratégia, está “esperançoso” em firmar uma aliança com o movimento Agora!, grupo que reúne empresários e ativistas interessados em mobilizar políticas públicas sob um projeto de Brasil, e tem o apresentador de TV Luciano Huck, possível candidato à Presidência, entre os seus membros.
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“O PPS entende que talvez o ideal seria uma candidatura que unificasse a todos. Luciano Huck é uma das possibilidades. Mas não tem nada definido, inclusive, se vamos ter uma candidatura”, disse Freire, ex-ministro da Cultura, em entrevista, por telefone, ao Money Times nesta sexta-feira (17). Para ele, “Huck surpreendeu” nas pesquisas eleitorais e compartilha de concepções políticas para o Brasil das quais o PPS se identifica.
A seguir, os principais trechos da entrevista:
PPS nas Eleições de 2018
O PPS tem definido que devemos procurar uma candidatura que unifique aquele núcleo que era oposição ao lulopetismo e foi um dos principais articuladores do impeachment: PSD, PSDB, DEM, PSB. O PPS imagina que essas forças políticas viriam discutir e tentar unificar com uma candidatura que consolidasse esse processo pós-impeachment em um novo governo, com a possibilidade de corrigir, efetivamente, os rumos do país. Há outro objetivo importante. As pesquisas sugerem a formação de dois blocos à esquerda e à direita que, além dos populismo de ambos os candidatos, são forças políticas totalmente descomprometidas com a democracia. Do lado da esquerda são apoiadores claros da ditadura de Maduro na Venezuela. Evidente que é antidemocrático. Do outro lado surge um célebre defensor da ditadura militar de 1964, da tortura e dos torturadores. Esses dois extremos precisam ser combatidos por quem quer viver em liberdade e democracia. Nesse sentido, uma candidatura que unifique esse campo democrático é um objetivo a ser perseguido. Essa é a posição do PPS.
Luciano Huck
Não sei se ele virá a ser candidato porque ele não se decidiu. Mas ele está nesse campo democrático, assim como Geraldo Alckmin, João Doria, Álvaro Dias e Marina Silva. Não sei se vamos conseguir uni-los porque depende da força política. O PPS entende que talvez o ideal seria uma candidatura que unificasse a todos. Luciano Huck é uma das possibilidades. Mas não tem nada definido, inclusive, se vamos ter uma candidatura.
O processo vai indicar. É importante ganhar a ideia de que precisamos conversar. Todos os partidos já têm um candidato surgindo. O PSDB caminha para se unificar em torno de Geraldo Alckmin. A Marina Silva, na Rede, ja é a candidata. Há outros partidos que também já têm a candidatura, mas isso não significa que não se possa unificar com o desenrolar do processo. O importante nesse momento é ganhar compreensão dos partidos que formam esse campo democrático de uma candidatura que tenha capacidade de ganhar a eleição e governar bem o país a partir de 2018.
O Luciano Huck surpreendeu. As primeiras pesquisas deram a ele um potencial de voto significativo. Não fosse isso, ninguém estaria falando. O fato concreto é esse. E como já deu para perceber em sua participação no Agora! junto a um movimento que tem concepções e pretensões políticas, estão no campo democrático, com preocupações sociais e pensando bem a economia brasileira. Não é uma pessoa destituída de valores e de concepções. Faz parte de um grupo que tem isso e do qual o PPS se identifica com o que também pensamos do Brasil.
Encontros com Agora!
Para esclarecer, esses encontros começaram e continuam com aquilo que existe na rede social já há algum tempo, e se organizou visando participar do processo político de um movimento chamado Agora!. Isso é uma coisa muito importante e o PPS valoriza bastante. Esse movimento nos procurou para discutir a possibilidade de que o PPS fosse o desaguadouro desses participantes que fossem disputar as eleições de 2018. São vários cargos em disputa. Por conta disso, o PPS começou a conversar com muito interesse. Deste movimento Agora! faz parte o Luciano Huck. Em uma das reuniões falou-se em uma possibilidade de candidatura, mas isso ele não tem nenhuma decisão sobre o assunto. Ficamos muito esperançosos de que possa acontecer a integração do movimento Agora! ao partido.
Arminio Fraga
O Arminio participou de uma das reuniões que foi, inclusive, na casa dele.
Calendário eleitoral
Em março ocorre o congresso nacional do partido. Até lá [o posicionamento sobre candidatura] pode estar resolvido ou não. Mas não é o momento de decisão. Se tiver um momento de decisão será na convenção eleitoral que será entre julho e agosto, mais perto da campanha.
Reformas
O PPS e o grupo apoiam as reformas. Acho que dá tempo [de aprovar a reforma da Previdência ainda neste governo]. Vamos trabalhar e tentar aprovar. Mesmo que, eventualmente, a proposta não seja votada e aprovada ainda neste governo, o próximo governo, necessariamente, terá que enfrentar e votar esse problema.
Apesar das turbulências políticas, estamos com um governo que é reformista e o Congresso vem respondendo bem a esse objetivo. Esse é um dado que o PPS vê como importante e dele participa. Mesmo quando eu saí do Ministério [da Cultura] fui claro no apoio do PPS à transição e às reformas. Era responsabilidade nossa que fizemos o impeachment. Ao mesmo tempo somos um partido reformista há muito tempo. Apoiamos reformas até do governo Lula.
Chance do Huck ser candidato, de zero a 10?
Pergunta pra ele (risos).