B3

Exclusivo: Escritórios se unem contra aumento de taxas da B3; veja petição online

21 mar 2019, 0:18 - atualizado em 21 mar 2019, 0:29
A ideia da iniciativa é chamar a atenção das corretoras para a defesa do trader pessoa física

Os escritórios de agentes autônomos de investimentos BR Advisors e Blue Star Invest – Top 3 em renda variável na XP Investimentos – se uniram para protestar contra a revisão de taxas da B3 (B3SA3), que foram implementadas nesta semana.

A petição online, lançada nesta quarta-feira (20), já conta com 5 mil assinaturas. Veja aqui

Segundo as empresas, esta mudança – inegociável – beneficia instituições e operadores de alta frequência, ou seja, que negociam um elevado número de contratos, em detrimento dos investidores iniciantes.

Os produtos afetados são os minicontratos de índice e dólar.

“Enquanto as corretoras se movimentam para tentar ajudar os clientes diminuindo os valores de corretagem, a bolsa enxerga oportunidade e aumenta as taxas do seu lado”, mostra o manifesto publicado na petição.

Na visão dos escritórios, este é um movimento que é “completamente contrário ao crescimento de pessoas físicas na bolsa”. Dados da B3 de fevereiro revelam que o número de inscritos ativos na Bolsa pode chegar a um milhão nas próximas semanas.

A ideia da iniciativa é chamar a atenção das corretoras para a defesa do trader pessoa física.

O que diz a B3?

Em um ofício divulgado ao mercado pela B3 no final do ano passado, que já tratava do aumento, a Bolsa argumenta que as principais características da tarifação anterior destes derivativos foram estabelecidas, há pelo menos sete anos.

“Ao longo desse período, observaram-se mudanças relevantes no mercado e no comportamento dos investidores”, diz o documento. A empresa cita o crescimento do volume e aumento da participação dos minicontratos. O produto Ibovespa passou de 19% do total, em 2011, para 85% em 2018. Foi um salto de 347%. Já o mini dólar teve um crescimento de 6.823%.

Com isso, a B3 explica que algumas distorções foram criadas:

1 – Faixas de preço por volume perdem a efetividade como forma de repassar ganhos de escala para os investidores

2 – Preços desalinhados em relação ao mercado internacional

3 – Consumo de infraestrutura desproporcional à geração de receita

“Gerou-se, portanto, desalinhamento entre as receitas e o consumo de capacidade. Diante disso, a B3 revisou a tarifação dos produtos referenciados em dólar dos Estados Unidos e em Ibovespa, visando solucionar as distorções descritas acima”, conclui a nota.

O que muda?

Por exemplo, para um investidor cuja média diária de contratos de mini índice nos últimos 21 pregões divididos por 5 fique entre 1 a 5, a taxa da operação de compra ou venda é de R$ 0,25. Isso cai a R$ 0,23 entre 6 a 50 e R$ 0,17 de 51 a 150.

Depois, de 151 a 1.500, a taxa despenca para R$ 0,09 e chega até a R$ 0,06 para um giro superior a 1.500. Algo similar acontece para os contratos de mini dólar.

Com isso, calculam os escritórios, o cliente precisa operar algo em torno de 150 contratos por dia durante 21 dias para ter a mesma taxa que tinha antes.

No caso do dólar, ele pagava aproximadamente R$ 0,42 para operar 1 contrato. Agora teria que negociar por volta de 150 pra pagar R$ 0,40. Agora, 1 contrato custa R$ 0,82

Veja a nova tabela:

Fundador do Money Times | Editor
Fundador do Money Times. Antes, foi repórter de O Financista, Editor e colunista de Exame.com, repórter do Brasil Econômico, Invest News e InfoMoney.
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