Exclusivo: Escritórios se unem contra aumento de taxas da B3; veja petição online
Os escritórios de agentes autônomos de investimentos BR Advisors e Blue Star Invest – Top 3 em renda variável na XP Investimentos – se uniram para protestar contra a revisão de taxas da B3 (B3SA3), que foram implementadas nesta semana.
A petição online, lançada nesta quarta-feira (20), já conta com 5 mil assinaturas. Veja aqui
Segundo as empresas, esta mudança – inegociável – beneficia instituições e operadores de alta frequência, ou seja, que negociam um elevado número de contratos, em detrimento dos investidores iniciantes.
Os produtos afetados são os minicontratos de índice e dólar.
“Enquanto as corretoras se movimentam para tentar ajudar os clientes diminuindo os valores de corretagem, a bolsa enxerga oportunidade e aumenta as taxas do seu lado”, mostra o manifesto publicado na petição.
Na visão dos escritórios, este é um movimento que é “completamente contrário ao crescimento de pessoas físicas na bolsa”. Dados da B3 de fevereiro revelam que o número de inscritos ativos na Bolsa pode chegar a um milhão nas próximas semanas.
A ideia da iniciativa é chamar a atenção das corretoras para a defesa do trader pessoa física.
O que diz a B3?
Em um ofício divulgado ao mercado pela B3 no final do ano passado, que já tratava do aumento, a Bolsa argumenta que as principais características da tarifação anterior destes derivativos foram estabelecidas, há pelo menos sete anos.
“Ao longo desse período, observaram-se mudanças relevantes no mercado e no comportamento dos investidores”, diz o documento. A empresa cita o crescimento do volume e aumento da participação dos minicontratos. O produto Ibovespa passou de 19% do total, em 2011, para 85% em 2018. Foi um salto de 347%. Já o mini dólar teve um crescimento de 6.823%.
Com isso, a B3 explica que algumas distorções foram criadas:
1 – Faixas de preço por volume perdem a efetividade como forma de repassar ganhos de escala para os investidores
2 – Preços desalinhados em relação ao mercado internacional
3 – Consumo de infraestrutura desproporcional à geração de receita
“Gerou-se, portanto, desalinhamento entre as receitas e o consumo de capacidade. Diante disso, a B3 revisou a tarifação dos produtos referenciados em dólar dos Estados Unidos e em Ibovespa, visando solucionar as distorções descritas acima”, conclui a nota.
O que muda?
Por exemplo, para um investidor cuja média diária de contratos de mini índice nos últimos 21 pregões divididos por 5 fique entre 1 a 5, a taxa da operação de compra ou venda é de R$ 0,25. Isso cai a R$ 0,23 entre 6 a 50 e R$ 0,17 de 51 a 150.
Depois, de 151 a 1.500, a taxa despenca para R$ 0,09 e chega até a R$ 0,06 para um giro superior a 1.500. Algo similar acontece para os contratos de mini dólar.
Com isso, calculam os escritórios, o cliente precisa operar algo em torno de 150 contratos por dia durante 21 dias para ter a mesma taxa que tinha antes.
No caso do dólar, ele pagava aproximadamente R$ 0,42 para operar 1 contrato. Agora teria que negociar por volta de 150 pra pagar R$ 0,40. Agora, 1 contrato custa R$ 0,82