Entrevista

Exclusivo: “Até agora não temos nada a reclamar”, diz BlackRock sobre Bolsonaro

27 nov 2018, 17:59 - atualizado em 28 nov 2018, 10:06

A maior gestora do mundo, a BlackRock, está confiante no próximo governo de Jair Bolsonaro e na continuidade das reformas econômicas iniciadas em 2016, disse Will Landers, diretor de mercados emergentes, em entrevista concedida para o Money Times. Segundo ele, “não temos nada a reclamar”.

“A equipe econômica sendo formada pelo novo governo está seguindo o que esperávamos – atraindo pessoas respeitadas, comprometidas com o plano do futuro ministro Paulo Guedes, e ao mesmo tempo mantendo aqueles que já vinham desempenhando esse papel no governo atual”, ressalta.

Guedes segue definindo os nomes que vão fazer parte de sua equipe durante o governo de Jair Bolsonaro. Na semana passada, o nome de Salim Mattar foi confirmado para Secretaria de Privatizações. Outros três devem ser anunciados em breve: Secretaria de Produtividade e Emprego, Secretaria de Comércio Exterior e Secretaria da Receita Federal e da Previdência.

“A tempo estamos posicionados para um Brasil que dê continuidade ao programa de reformas começado em 2016 – e até agora não temos nada a reclamar”, diz Landers.

Bolsa

Para o gestor, o desempenho da bolsa brasileira durante o mês de outubro, quando o resto do mundo estava sob pressão, mostra o potencial dos ativos brasileiros dentro deste panorama de reforma e crescimento.

“A China é um parceiro comercial importante, mas o crescimento econômico brasileiro depende muito mais da trajetória da economia doméstica do que da balança comercial – e mesmo que China cresça um pouco menos, o fato é que continua crescendo a taxas bem acima da maiorias dos países, e com isso demanda por o que o Brasil vende para China continua saudável”, destaca.

Posicionamento

Landers não abriu o posicionamento dos fundos no Brasil, mas disse que “continua tranquilo”, e destaca que o ciclo de recuperação ainda está na sua infância, então não há necessidade de grandes mudanças na carteira.

“Continuamos favorecendo companhias ligada ao consumo interno, e vendo com bons olhos companhias que se beneficiam de uma melhor governança dado um governo entrante que acredita num estado menor e também acredita na força do setor privado”, conclui.

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