Exclusão da Thyssenkrupp da bolsa alemã reflete desafios do conglomerado
A Thyssenkrupp deixará de fazer parte do grupo das maiores empresas da Alemanha, um outro sinal dos problemas enfrentados pelo conglomerado industrial.
A empresa, que contribuiu para transformar a Alemanha em potência industrial, será removida do índice DAX, pois seu valor de mercado caiu pela metade, para cerca de 7 bilhões de euros (US$ 7,7 bilhões) nos últimos 12 meses.
O anúncio da Deutsche Boerse na quarta-feira elimina um dos componentes originais do índice, criado há 31 anos. A Thyssen será substituída pela MTU Aero Engines.
“Nosso desempenho foi fraco demais” para permanecer no DAX, portanto, passar a fazer parte do índice midcap MDAX foi “a consequência lógica”, disse o presidente da Thyssenkrupp, Guido Kerkhoff, em comunicado por e-mail.
O conglomerado, produtor de aço, máquinas, elevadores e submarinos, sente o impacto de uma indústria automobilística em dificuldades, guerra comercial, queda dos preços do aço e custos trabalhistas mais altos.
Kerkhoff avalia uma oferta pública inicial ou venda de sua unidade de elevadores para levantar recursos e cobrir bilhões de euros em passivos de pensão e reestruturar a operação de siderurgia, construção de fábricas e fornecimento para montadoras.
“É importante que agora realinhemos o grupo e o tornemos mais rentável, a fim de recuperar a confiança dos investidores”, disse Kerkhoff. “Esse é nosso foco, e estamos trabalhando duro para alcançá-lo.”
Como a exclusão da empresa do DAX já era esperada há algum tempo, as ações devem sofrer um impacto limitado, quando investidores passivos, em particular, realinharem carteiras para os novos componentes, disse Andre Koppers, gestor de portfólio da Oberbanscheidt & Cie.
Fundos negociados em bolsa com ativos de mais de 14 bilhões de euros acompanham o DAX, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“O declínio da Thyssenkrupp é uma alegoria para o cenário em mudança e mostra os problemas que a velha economia está enfrentando”, disse Koppers, em entrevista por telefone.
A MTU, que substituirá a Thyssen no DAX, tem se beneficiado de uma tendência global de aumento do tráfego aéreo e, portanto, da maior demanda por fabricação e manutenção de turbinas. As ações da empresa subiram mais de oito vezes na última década.