Ex-time do Credit Suisse quer contratar 80 funcionários para multifamily office
A equipe de gestão de fortunas que deixou o Credit Suisse no Brasil neste ano vai contratar até 80 funcionários para seu novo multifamily office, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
A empresa de private banking, que atualmente tem 25 funcionários, tem planos de montar unidades para distribuição e gestão de ativos, em uma estrutura com capacidade de supervisionar mais de R$ 50 bilhões, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque o assunto não é público. Com isso, se tornaria um dos maiores multifamily offices do Brasil.
Executivos brasileiros vêm saindo de grandes bancos para criar suas próprias empresas de gestão de fortunas na esperança de atrair investidores ricos em busca de melhores retornos com os juros na mínima histórica.
O ex-chefe de gestão de wealth management do Credit Suisse, Marco Aurelio Abrahão, saiu do banco com várias pessoas de sua equipe depois que Marcello Chilov assumiu a área em julho.
Abrahão, conhecido como “Maculé”, planeja se juntar a essa nova empresa, que ainda não tem nome, disseram as pessoas. Fabio Guilger, ex-diretor no Credit Suisse, já deu início aos trabalhos na nova empresa com integrantes de seu ex-time no banco, como Gustavo Kessler Azevedo, Bruno Diniz, Pedro Camargo e Suzana Novis, segundo as pessoas.
Os acordos de não-competição para todos os cinco executivos expiraram, disseram as pessoas, acrescentando que a nova empresa terá mais de 10 sócios.
A XP Inc., que anunciou em setembro ter uma participação de 49,9% na nova multifamily office, está investindo R$ 300 milhões na empresa, disseram as pessoas, acrescentando que o número pode chegar a R$ 2 bilhões dependendo de resultados futuros.
O economista-chefe do UBS para o Brasil, Tony Volpon, está deixando o banco para ingressar na nova empresa, de acordo com as pessoas, que disseram que a gestora está procurando um diretor de investimentos no mercado. A saída de Volpon foi noticiada pelo jornal O Globo.
Sylvio Castro, ex-diretor de investimentos da unidade de private banking do Credit Suisse no Brasil, também saiu do banco, mas criará sua própria gestora separado dos demais ex-colegas, disseram as pessoas.
O setor de private banking do Brasil se expandiu este ano, mesmo em meio à crise econômica por causa da pandemia de Covid-19.
O total de recursos administrados na indústria cresceu 5,2% em relação ao final do ano passado, atingindo R$ 1,37 trilhão em setembro, segundo a Anbima, associação do mercado de capitais.