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Ex-sócios da Canvas criam gestora com R$ 1,6 bilhão em ativos

30 jun 2022, 8:16 - atualizado em 30 jun 2022, 8:16
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A sede da Root é no Rio, mas a empresa já abriu um escritório em São Paulo (Imagem: REUTERS/Regis Duvignau/File Photo)

Ex-sócios da Canvas Capital, uma gestora na qual o Credit Suisse tem participação, estão iniciando uma empresa para focar em produtos de crédito no Brasil em um momento em que fundos de renda fixa atraem fortes fluxos de recursos.

A Root Capital, uma gestora fundada em 2010 que o grupo reativou, já tem cerca de R$ 1,6 bilhão em capital comprometido de clientes e uma equipe de 13 profissionais seniores, disse Rafael Fritsh, diretor de investimentos.

“O aumento da inflação e das taxas de juros no Brasil estão tornando os produtos de crédito muito atraentes”, disse Fritsch em entrevista.

Os investidores concordam. O total de patrimônio dos fundos de renda fixa atingiu R$ 2,71 trilhões, após entradas líquidas de R$ 99,3 bilhões neste ano até maio e de R$ 255,9 bilhões no ano passado, segundo a Anbima, a associação do mercado de capitais.

Fritsh e seis sócios deixaram a Canvas em abril. A ideia agora é se especializar em crédito, dada a forte demanda dos investidores, disse Fritsh, acrescentando que a equipe da Root trabalha em conjunto há cerca de 13 anos, começando na JGP, sediada no Rio.

A sede da Root é no Rio, mas a empresa já abriu um escritório em São Paulo.

Atualmente, a empresa possui dois fundos abertos, o Root Capital High Yield e Root Capital Crédito High Grade Plus, com retornos respectivos de 8,18% e 6,52% no acumulado do ano, sendo distribuídos em plataformas locais no Brasil para o varejo. Também possui fundos de crédito inadimplente denominados em dólares e fechados para novos investimentos.

Os planos são lançar outros fundos de crédito inadimplente e também fundos que compram títulos lastreados em créditos dos setores imobiliário e agrícola, os chamados CRIs e CRAs, que têm isenção de imposto de renda para pessoas físicas, disse Fritsh.

“Teremos tempos difíceis pela frente, com aumento do risco de recessão no Brasil e no mundo, então acredito que o potencial para fundos de crédito inadimplente é enorme”, disse ele.

Fritsh aprendeu a negociar dívida em situações de estresse: foi gestor de portfolio sênior do Deutsche de 2005 a 2010, em Londres, na equipe do lendário Greg Lippmann, que apostou contra os bancos em operações estruturadas de hipotecas de maior risco, usando derivativos de crédito, e ganhou bilhões. Um personagem inspirado em Lippmann foi interpretado pelo ator Ryan Gosling no filme “The Big Short”.

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