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Ex-gerente da Coinbase (COIN) é preso por acusações de insider trading e fraude eletrônica

21 jul 2022, 15:32 - atualizado em 21 jul 2022, 15:32
Bitcoin justiça crime
O ex-funcionáriod da Coinbase tentou fugir para Índia ao ser convocado para uma investigação interna. (Imagem: Unsplash/Bermix Studio)

Um ex-gerente de produtos da Coinbase (COIN) – Ishan Wahi – foi preso nesta quinta-feira (21), acusado de fraude eletrônica ligada a um esquema de insider trading, segundo uma declaração do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ, na sigla em inglês).

Wahi, que trabalhou na equipe de listagem de ativos informou, repetidamente, o próprio irmão, Nikhil Wahi, e o amigo Sameer Ramani – os quais enfrentam as mesmas acusações – sobre novas moedas que seriam listadas na Coinbase, afirma a declaração.

Os dois lucraram US$ 1,5 milhão no mínimo em negociações ilegais de 25 criptoativos diferentes e em pelo menos 14 listagens públicas distintas da Coinbase.

O promotor Damian Williams descreveu a situação como sendo “o primeiro caso de insider trading da história envolvendo mercados de criptomoedas”.

“Nossa mensagem com essas acusações é clara: fraude é fraude, independentemente se ela acontece em blockchain ou em Wall Street”, disse Williams.

Embora a negociação tenha ocorrido durante junho de 2021 e abril de 2022, o DOJ se referiu a um acontecimento em particular, no dia 11 de abril deste ano, quando Coinbase anunciou que potencialmente listaria dezenas de criptomoedas.

A declaração aponta um tuíte do investidor e comentador cripto Cobie, em que este refere a “um endereço da Ethereum que comprou centenas de milhares de dólares em tokens apresentados exclusivamente na publicação da Coinbase Asset Listing, cerca de 24 horas antes de ser publicada”.

O tuíte estava aparentemente descrevendo a atividade de Ramani, disse o Departamento de Justiça, acrescentando que Ramani e Wahi “fizeram com que múltiplas carteiras de criptomoedas anônimas da Ethereum adquirissem grandes quantidades de pelo menos seis dos criptoativos” incluídos na listagem.

Ex-funcionário da Coinbase tentou fugir

Após ser convocado para uma reunião presencial sobre uma investigação interna da Coinbase, Ishan Wahi tentou pegar um voo para a Índia em 15 de maio, mas foi parado no aeroporto por autoridades.

Wahi e Ramani tentaram esconder as compras de criptomoedas feitas antes do anúncio das listagens ao usarem contas em corretoras centralizadas em nomes de outras pessoas. Em seguida, os dois transferiam os fundos entre múltiplas carteiras da Ethereum anônimas, segundo a declaração.

A Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio (SEC, a CVM americana) também entrou com uma queixa em paralelo ao DOJ.

A reguladora americana afirma que, pelo menos, nove dos ativos negociados por Wahi e Ramani eram valores mobiliários.

“Não estamos preocupados com rótulos, mas com realidades econômicas de uma oferta”, disse o diretor da Divisão de Execução da SEC.

“Neste caso, aquelas realidades afirmam que vários criptoativos foram emitidos como valores mobiliários e, conforme alegado, os réus engajaram em insider trading antes da listagem [desses ativos] na Coinbase”.

A corretora cripto refutou a ideia de que qualquer uma das moedas negociadas eram valores mobiliários.

“Nenhum dos ativos listados na nossa plataforma são valores mobiliários, e as acusações da SEC são uma triste distração da apropriada ação das autoridades feita hoje”, disse a Coinbase em uma atualização em blog sobre os processos de listagem de ativos.

Os dois irmãos foram presos em Seattle, no estado americano de Washington, mas Ramani permanece foragido. Todos foram acusados pelo DOJ com duas acusações de conspiração à fraude eletrônica e duas acusações de fraude eletrônica.

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