Economia

Ex-Fed diz que pausa do aperto em setembro está fora de questão

01 jun 2022, 21:00 - atualizado em 01 jun 2022, 21:00
Federal Reserve
“O Fed está bastante convencido de que precisa ir para algo próximo do neutro, rapidamente” (Imagem: Reuters/Leah Millis/File Photo)

O ex-presidente do Federal Reserve de Nova York, William Dudley, disse que o banco central dos EUA continuará elevando as taxas de juros para conter a inflação, descartando a possibilidade de uma pausa em setembro.

“O Fed está bastante convencido de que precisa ir para algo próximo do neutro, rapidamente”, disse ele em entrevista na quarta-feira no programa Bloomberg Surveillance. “A noção de que em algum momento eles farão uma pausa e olharão ao redor – é claro que isso acontecerá em algum momento – mas será impulsionado pelos dados econômicos.”

O indicador de pressão de preços preferido do Fed, o índice de preços de gastos com consumo pessoal, subiu 6,3% no mês passado em relação a abril de 2021 – mais de três vezes a meta de 2% do banco central.

As autoridades aumentaram os juros em meio ponto percentual no mês passado e o presidente Jerome Powell sinalizou que farão o mesmo nas reuniões de junho e julho.

O chefe do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse em 23 de maio que uma pausa em setembro “pode fazer sentido.” Dudley, consultor sênior da Bloomberg Economics, duvida.

“O mercado está precificado para um pico na taxa básica de 3%. Acho que chegaremos lá com bastante facilidade, e o Fed provavelmente terá que ir além disso no final das contas,” disse.

Os mercados futuros de juros mostram que os investidores antecipam aumentos de 0,5 ponto percentual nas próximas duas reuniões do Fed, enquanto as apostas em setembro estão mais equilibradas entre outro movimento de meio ponto ou um menor de um quarto.

Embora Powell não tenha oferecido uma estimativa clara para além de julho, ele disse em 17 de maio que quer evidências “claras e convincentes” de queda da inflação dos picos de 40 anos.

Outro governador do Fed, Chris Waller, expressou uma linha mais hawkish na segunda-feira, apoiando uma alta de meio ponto para “várias” reuniões e dizendo que aumentos de taxas desse tamanho devem ser consideradas até que a inflação esteja mais próxima de 2%.

As autoridades buscam um pouso suave que não cause um aumento acentuado no desemprego, que ficou perto de uma mínima de 50 anos de 3,6% em abril.

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