Política

Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é preso em operação sobre interferência nas eleições

09 ago 2023, 9:36 - atualizado em 09 ago 2023, 9:36
Policia Federal, Silvinei Vasques
No segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, a PRF então comandada por Vasques realizou operações e blitz em estradas do Nordeste. (Imagem: Arquivo/Agência Brasil)

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira em uma operação para esclarecer suposta interferência da PRF no segundo turno das eleições de 2022, afirmou à Reuters um fonte ligada à ação.

A prisão preventiva ocorreu em Florianópolis (SC). “Ele foi detido e será ainda hoje levado em avião da PF para Brasília”, disse a fonte.

A PF informou em nota, sem citar os alvos da operação, que 10 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal, estavam sendo cumpridos pela PF em Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. A operação conta com o apoio da Corregedoria Geral da PRF, que determinou ainda a oitiva de 47 policiais rodoviários federais.

No segundo turno das eleições presidenciais do ano passado, a PRF então comandada por Vasques realizou operações e blitz em estradas do Nordeste, retardando a chegada de eleitores aos locais de votação.

Isso chamou a atenção e levantou suspeita sobre tentativa de interferência no pleito. “Ficou muito claro isso. Não havia razão ou motivo”, acrescentou a fonte.

O Tribunal Superior Eleitoral precisou determinar o fim das operações nas estradas para não atrapalhar as eleições.

De acordo com a PF, “os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro”.

A ação desta quarta-feira foi batizada de “Operação Constituição Cidadã”, em referência, segundo a PF, à “Lei Maior do Brasil, promulgada em 1988, a qual, pela primeira vez na história do país, garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto, maior representação da Democracia”.