Ex-chanceler Araújo nega declarações anti-China e é lembrado de falar a verdade na CPI
O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo sustentou à CPI da Covid no Senado que não considera nenhuma de suas declarações como antichinesas, levando o presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD-AM), a lembrá-lo de que é obrigado a falar a verdade no depoimento que presta nesta terça-feira ao colegiado.
Segundo Araújo, ocorreram notas oficiais do Itamaraty apontando o que considerou “comportamentos inadequados” do embaixador da China no Brasil por ter criticado a família do presidente Jair Bolsonaro em postagem no Twitter.
“Eu não entendo nenhuma declaração que eu tenha feito em nenhum momento como antichinesa”, afirmou Araújo à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). “Não houve nenhuma declaração que se possa qualificar como antichinesa”.
Aziz, no entanto, citou artigo em que o ex-chanceler faz menção a um “comunavírus”, questionando-o se isso não poderia ser entendido como ofensivo ao país asiático — um dos maiores produtores de insumos para vacinas e importante parceiro comercial do Brasil.
“O senhor não acha que chamar ‘comunavírus’ não é uma coisa que indispõe a relação amigável que nós sempre tivemos — comercial — com a China? Se o senhor não isso, eu não sei o que mais achar”, disse Aziz.