Ex-Boeing (BOEI34) dispara: Mais preocupada em lançar aviões do que com qualidade
Durante as negociações pré-mercado dos Estados Unidos nesta segunda-feira (05), as ações da Boeing (BOEI34) despencavam. O motivo foram os problemas de fuselagem em jatos 737, que poderia levar ao atraso de entregas.
O presidente da Boeing, Stan Deal, afirmou que os 737s poderiam continuar levantando voo com segurança, mas que a empresa teria de realizar uma segunda verificação em 50 das aeronaves.
Entretanto, menos aviões em circulação geram uma receita menor para a empresa, acarretando prejuízos financeiros.
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Em janeiro de 2024, um dos jatos da Boeing, o 737 Max 9, operado pela Alaska Airlines, perdeu a porta enquanto estava no ar. A companhia aérea afirmou ter encontrado muitos parafusos soltos durante inspeções nos modelos Max 9.
À CNN, Ed Pierson, ex-executivo da Boeing, afirmou que “a liderança está mais preocupada em lançar os aviões do que com a qualidade”, com aviões sendo produzidos sem que haja detecção de falhas em suas produções.
Fusão entre Boeing e Embraer continua à vista?
Em 2018, os jornais noticiaram uma possível fusão entre Boeing e Embraer (EMBR3), em um movimento estimado em US$ 5,2 bilhões. Após a pandemia de Covid-19, a Boeing cancelou o contrato alegando problemas com a Embraer, que não cumprira parte do acordado.
Entretanto, Marcelo Godke, sócio do escritório Godke Advogados e especialista em Direito Empresarial, Integridade Corporativa e Societário, afirma que o movimento não seria exatamente uma fusão, mas uma compra de participação societário, cujo pagamento seria com ações da Boeing.
“O que me parece é que na verdade houve um efetivo problema financeiro, a Boeing se viu numa situação bastante difícil, com uma queda de qualidade dos aviões, algo que vem tentando ser revertido, e que isso pode ter fragilizado financeiramente a Boeing para completar a operação”, afirma Godke.
Marcelo afirma que seria interessante para a Boeing contar com a Embraer em seu portfólio, assim como seria importante que a Embraer estivesse associada a uma empresa com uma estrutura empresarial maior, como é o caso da concorrente.
Durante o final de 2020, a Boeing possuía um prejuízo líquido de US$ 11,87 bilhões, já a Embraer, US$ 1,5 bilhões.
Às 17h30 da segunda-feira (05), as ações BOEI34 continuavam a recuar, em queda de 1,43%.