Evite Nubank (NUBR33), compre Banco do Brasil (BBAS3); o que fazer antes dos balanços do 2T22?

Com a temporada de balanços do segundo trimestre de 2022 se aproximando, os analistas do Itaú BBA avaliam que o Banco do Brasil (BBAS3) deve reportar o melhor desempenho, com uma carteira menos cíclica e tendências de NII (resultado de intermediação financeira) mais fortes.

Na outra ponta, o analista Pedro Leduc e sua equipe recomendam evitar os bancos digitais — Nubank (NUBR33) e Banco Pan (BPAN4) —, que devem sofrer com a alta concentração de crédito no varejo e custos de captação.

Segundo o BBA, o principal tema para as empresas bancárias no trimestre continuará a ser o declínio na qualidade do crédito.

O primeiro banco a divulgar seus resultados é o Santander (SABN11), no dia 28 de julho. A temporada dos bancos chega ao fim em 15 de agosto, com o Inter (INBR31).

O que esperar dos bancões?

Para os bancos tradicionais, o BBA espera que o tema principal seja a aceleração dos NPLs (créditos não produtivos) no segmento de varejo, afetando o crescimento da carteira de crédito e a cobertura de consumo.

Os analistas alertam que as pressões de Opex (despesas operacionais) e a contaminação do balanço patrimonial serão um ponto a ser monitorado. “Equilibrando esses ventos contrários, estão o sólido crédito corporativo de grande porte e a receita em rápido crescimento (NII + Serviços)”, avaliam.

Segundo o BBA, o Banco do Brasil deve ser o destaque positivo da temporada, com crescimento do lucro líquido em 33% na comparação anual. “A carteira de crédito e a NII serão impulsionadas pelos resultados do mercado e do cliente, enquanto as provisões devem permanecer moderadas, principalmente na carteira de crédito agrícola e consignado”, afirmam Leduc e equipe.

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Nas projeções dos analistas, o Santander deve relatar uma queda nos lucros de 13% frente ao mesmo período de 2021, devido a provisões mais altas — apesar de uma provável queda na cobertura — e receita líquida fraca. “Este é o nosso nome principal a evitar entre os bancos”, recomendam.

Já o Bradesco (BBDC4) deve apresentar resultados “estáveis”, com melhor resultado de intermediação financeira de clientes e desaceleração da inadimplência no varejo, potencialmente compensando a recuperação nas pequenas e médias empresas (PME).

Dias difíceis para os bancos digitais

Os analistas do BBA afirmam que os bancos digitais estão suportando o peso dos ventos contrários macro de alta inflação e taxas. “Sua base de clientes é bastante recente e majoritariamente de menor renda, onde cartões e empréstimos pessoais têm sido as principais ferramentas de engajamento”, reiteram.

Para o Nubank, o banco espera outro prejuízo reportado de R$ 429 milhões. O NPL do roxinho deve subir 70 pontos-base para 4,9%, aumentando as chances de uma desaceleração do crescimento dos
empréstimos.

Já para o Banco Pan, a expectativa é que a inadimplência também aumente, mais uma vez, — em 0,3 pontos percentuais, para 7,1% — em cartões, financiamento de veículos e um mix pior, acompanhando a desaceleração significativa dos empréstimos garantidos pelo FGTS.

Os lucros devem ficar estáveis, avaliam os analistas, próximo aos R$ 190 milhões, impulsionados pela alta alocação NII.

Calendário de balanço dos bancos

Até o fechamento desta matéria, o Nubank não informou a data de divulgação de seu balanço referente aos meses de abril a junho de 2022.

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