Evergrande: Imobiliária chinesa receberá multa bilionária, em capítulo sem fim de crise no setor
A Hengda Real Estate, unidade da incorporadora Evergrande, será multada no equivalente a US$ 580 milhões, ou R$ 2,32 bilhões. Além disso, o fundador e ex-presidente da empresa, Hui Ka Yan, e o ex-CEO, Xia Haijun, serão banidos permanentemente de atuar em mercados de valores mobiliários.
A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) acusa a empresa de exagerar dados em suas receitas. O método utilizado pela Evergrande era contabilizar casas ainda em construção — ou seja, que ainda não haviam sido recebidas pelos clientes.
As vendas foram aumentadas em 564,1 bilhões de yuans, ou US$ 78,4 bilhões, durante o período de 2019 a 2020.
Além disso, de acordo com o Nikkei Assia, “a unidade é suspeita de usar estas declarações falsas em conexão com a emissão de títulos denominados em yuan”.
Evergrande e os maus lençóis do setor imobiliário chinês
A Evergrande decretou falência em 29 de janeiro, após acumular uma dívida de US$ 300 bilhões, ou R$ 1,47 trilhão, e não chegar a um acordo com seus credores estrangeiros sobre como reestruturá-la.
À época, a empresa havia anunciado que continuaria operando. A maioria das dívidas da imobiliária dizia respeito a depósitos pagos por cidadãos chineses para a compra de apartamentos recém-construídos.
A China teve um crescimento acelerado influenciado pelo mercado imobiliário, lucrando com a venda de terrenos e com a modernização que as novas construções traziam para um país, que por muito tempo permaneceu com uma base agrária.
Atualmente, 80% das famílias do país têm casa própria, com mais de 20% dos moradores de áreas urbanas possuindo mais de uma residência.