Evergrande dá sinais de que não vai pagar dívida de US$ 83 milhões
O silêncio atípico da China Evergrande sobre o pagamento de juros de um título em dólar que venceu na quinta-feira coloca foco no que pode acontecer durante o período de carência de 30 dias.
A incorporadora mais endividada do mundo não deu sinais de ter efetuado o pagamento do cupom de US$ 83,5 milhões, que tem um período de carência antes que qualquer default possa ser declarado.
Algumas empresas chinesas já usaram períodos de carência para fazer pagamentos de juros: a Shandong Ruyi Technology no ano passado, por exemplo, e a Qinghai Provincial Investment, em 2019.
Há vários anos, a Glorious Property fez múltiplos pagamentos de juros durante períodos de carência, incluindo pelo menos uma vez no último dia.
Esses precedentes indicam a maneira mais clara de evitar um default. Embora a China tenha incentivado o mercado a precificar o risco de forma mais precisa, autoridades devem encontrar um equilíbrio entre combater o risco moral e prevenir um contágio mais amplo, depois que a inadimplência de dívidas corporativas aumentou para um recorde este ano.
Acordo de dívidas podem oferecer outro caminho. Em dezembro de 2019, detentores de um título vencendo de 2 bilhões de yuans (US$ 310 milhões) da Peking University Founder fecharam um acordo para uma extensão de dois meses durante o período de carência da nota local. No final, o grupo não pagou na data prorrogada, pois o conglomerado foi submetido a uma reestruturação de dívida judicial. O plano recebeu aprovação em julho passado.
O período de carência da Evergrande oferece mais tempo para captar recursos. Na semana passada, a incorporadora disse que não havia feito “nenhum progresso material” na venda de participações em suas unidades de veículos elétricos e de administração de imóveis.
Em reunião recente com representantes da Evergrande, reguladores orientaram a empresa se comunicar de forma proativa com credores de títulos para evitar um default, segundo uma pessoa a par do assunto.