Setor Aéreo

Eventos climáticos mudam padrões de voo de companhias aéreas

11 dez 2019, 14:20 - atualizado em 11 dez 2019, 14:20
Aeroporto
Tempestades de verão que se movem rápido tendem a causar mais problemas de última hora, porque são difíceis de prever (Imagem: Pixabay)

Eventos climáticos extremos já não são raridade, o que obriga mudanças entre os rastreadores de tempestade mais diligentes do mundo: as companhias aéreas.

Os atrasos por causa do clima nos Estados Unidos estão em alta nos últimos quatro anos, elevando os padrões históricos para o maior nível em 11 anos na temporada de tempestades de verão deste ano, segundo dados do governo que incluem os 30 maiores aeroportos do país.

Só em junho, por exemplo, o hub de Denver da United Airlines Holdings registrou tantas tempestades fortes quanto durante todo o verão anterior.

A expectativa é a de que “o clima de verão provavelmente será um pouco mais difícil do que tradicionalmente – que isso não vai mudar”, disse o presidente da Delta Air Lines, Ed Bastian, em entrevista. “Temos visto um padrão, certamente nos últimos dois anos.”

Tempestades de verão que se movem rápido tendem a causar mais problemas de última hora, porque são difíceis de prever. Mas as companhias aéreas também notaram que esses eventos – assim como as tempestades de gelo e neve no inverno – agora duram mais do que no passado, disse Jim DeYoung, vice-presidente de operações de rede da United, citando conversas em reuniões do setor.

A experiência do setor aéreo acompanha o consenso científico de que o aquecimento global está afetando os vastos sistemas responsáveis por ciclones, nevascas e tempestades.

A mudança climática tem causado um comportamento cada vez mais irregular nas correntes de jato do verão, que pode estar ligada a “extremos climáticos impressionantes” nos últimos anos, disse Michael Mann, diretor do Centro de Ciências do Sistema Terrestre da Universidade Penn State e coautor de um estudo sobre o assunto.

Para ativistas ambientais, companhias aéreas não são apenas vítimas das mudanças climáticas; também são perpetradoras, pois a queima de combustível de aviação emite gases de efeito estufa. Mas, seja qual for a causa, as operadoras foram obrigadas a lidar com os efeitos, assim como diversos setores como pecuária leiteira e varejo de automóveis.

A United revisou seu sistema para reacomodar passageiros e melhorou a forma como direciona aviões quando há tempestades. A American Airlines decidiu reforçar a equipe para lidar com voos desviados. A Delta está reavaliando como classifica os impactos das tempestades.

No inverno, as companhias aéreas cancelam voos e transportam aviões e tripulações para aeroportos não afetados, para que o serviço possa ser retomado rapidamente após a passagem de um sistema de tempestades.

“Em vez de tempestades que afetam as operações por duas ou três horas, elas parecem durar o dia todo”, disse DeYoung, da United. A aérea, com sede em Chicago, está desenvolvendo ferramentas para responder mais rapidamente às tempestades que “surgem do nada”.

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