Even recua com aumento nas vendas, mas com número elevado de distratos
Investing.com – As ações da Even (EVEN3) operam em queda de 1,03% a R$ 3,84, no final da manhã desta quarta-feira na B3. A companhia divulgou prévia operacional indicando que as vendas melhoraram no trimestre, mas que os distratos seguem em níveis elevados.
No período, a construtora lançou apenas um empreendimento, no valor de R$ 257 milhões e vendeu R$ 329 milhões, com a velocidade de vendas se recuperando frente aos últimos trimestres. Em termos de vendas brutas, foi o melhor trimestre da Even em dois anos.
Para a Coinvalores, a má notícia é que os distratos seguiram elevados, acima até do patamar do primeiro trimestre. Isso ocorrem explicam os analistas, quando o volume de entregas tem diminuído bastante, ou seja, quando o volume de distratos deveria também se reduzir, o que não vem ocorrendo. Com isso, a corretora não espera que a melhora nas vendas brutas e a boa velocidade de vendas do lançamento, que foi de 47%, tenham efeito positivo nos papéis da companhia.
Outra notícia negativa veio do Senado, onde a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) rejeitou na terça-feira projeto de lei que estabelece regras para a desistência da aquisição de imóvel na planta, um pleito antigo de construtoras.
O PLC 68/2018 prevê que as construtoras podem reter até 50 por cento dos valores pagos pelo consumidor em caso de distrato e que as empresas poderão atrasar em até 180 dias a entrega do imóvel sem sofrer qualquer tipo de ônus. Acima de seis meses, contudo, a empresa deve reembolsar o comprador integralmente e pagar multa prevista em contrato.
O relatório favorável à proposta e rejeitado na CAE foi elaborado pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES). O texto será enviado para apreciação pelo plenário do Senado.
De acordo com o time político da XP, o tamanho da derrota (14 a 6), além de 2 votos contrários do próprio PSDB, demonstram que dificilmente o governo conseguirá reverter esse quadro no plenário no curto prazo.
Em outra frente, a líder do MDB, Simone Tebet (MDB-MS), que capitaneou o movimento para derrubar a proposta, articula a aprovação de outro projeto referente aos distratos, considerado menos benéfico às incorporadoras do que o anterior, por separar a multa em dois casos: (1) incapacidade laborativa ou perda da relação de emprego, a multa seria de apenas 13%; (2) desistência imotivada, que sofreria uma multa de 36%. No projeto recentemente rejeitado no CAE, piso da multa era de 25%, podendo chegar a 50% em alguns casos.
Com Reuters.