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Even, Moura Dubeux, Cury e Melnick: economia mais fraca já pesa para as construtoras?

14 out 2021, 14:40 - atualizado em 14 out 2021, 15:24
São Paulo Imóveis
Em comum, ambas tiveram redução do ritmo de vendas, apesar dos lançamentos mais fortes, o que dá mostra de uma estabilização no setor (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

Quatro construtoras divulgaram suas prévias operacionais entre a noite da última quarta-feira (13) e a manhã desta quinta-feira (14): Even (EVEN3), Moura Dubeux (MDNE3), Cury (CURY3) e Melnick (MELK3). 

Em comum, ambas tiveram redução do ritmo de vendas, apesar dos lançamentos mais fortes, o que dá mostra de uma estabilização no setor, apontam analistas.

Além disso, a alta da taxa de juros também pode atrapalhar, uma vez que a tomada de crédito imobiliário fica mais cara. 

Veja a seguir as principais conclusões dos analistas: 

Moura Dubeux, rainha do Nordeste

A Moura Dubeux lançou R$ 336 milhões, alta de 52% ante o mesmo período do ano passado, mas queda de 33% em comparação ao segundo trimestre. No ano, a empresa soma R$ 927 milhões em lançamentos, elevação de 319% no comparativo anual e equivalente a 68% da expectativa da Ágora Investimentos

As vendas líquidas totalizaram R$ 343 milhões, elevação de 23% no trimestre, mas queda de 10% no ano.

Já velocidade de vendas ficou em 24,6%, redução de 2,3 pontos percentuais em comparação ao segundo trimestre, parcialmente explicada pela concentração de lançamentos em setembro e maior participação de desenvolvimentos em lançamentos.

Na visão da Ágora, apesar de uma velocidade ligeiramente menor de vendas tanto no trimestre quanto no comparativo anual, os resultados foram outra demonstração da posição dominante da Moura Dubeux na região Nordeste.

“Além disso, esperamos que a empresa mantenha uma margem bruta sólida para o terceiro trimestre (acima de 35%) apesar da maior participação de desenvolvimento nos lançamentos do trimestre, e que deve ser um dos principais destaques no lado financeiro entre as construtoras listadas”, apontam os analistas Bruno Mendonça e Wellington Lourenço.

Já para o Credit Suisse, a empresa voltou a apresentar resultados positivos, reforçando a sua capacidade de ramp up e o seu domínio na região Nordeste.

“Com um forte volume de lançamentos e vendas superando nossas estimativas, os últimos 12 meses já atingiram R $ 1,4 bilhão e R $ 1,2 bilhão”, aponta.

Even, mais para lá do que pra cá

A Even somou R$ 277 milhões nas vendas líquidas de 2021, baixa de 42,3% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Nos últimos três meses, a companhia lançou quatro empreendimentos.

Segundo a XP, do lado negativo, as vendas líquidas caíram 21%, atingindo R$ 277 milhões no terceiro trimestre.

“É importante mencionar que uma parte significativa dos lançamentos da Even (R$ 200 milhões do valor geral bruto) ocorreu no final de setembro, impactando negativamente o SoS no trimestre, chegando a 11% no 3T21 vs. 16% no 2T21”, aponta.

Já o BTG afirma que os resultados operacionais foram mistos, com lançamentos acima do previsto. Porém, as vendas foram um fracasso.

Para a Ágora, todos os olhos devem estar voltados para a dinâmica em evolução entre vendas, lançamentos e níveis de preços, “embora esperemos que a Even no terceiro trimestre mantenha os dados financeiros em uma tendência saudável no DRE e um balanço muito sólido”.

Na visão da XP, a Cury registrou fortes dados operacionais no 3T21, impulsionados por lançamentos recordes (Imagem: Youtube/Divulgação)

Cury mostrou resiliência 

As vendas líquidas da Cury chegaram a R$ 682,4 milhões no 3º trimestre, alta de 66,3% na comparação com mesmo período do ano passado.

“Tomando como base o período acumulado nos nove primeiros meses do ano, o VGV vendido foi de R$ 2 bilhões nos 9 meses de 2021, indicando alta de 107,7% em relação ao mesmo período do ano anterior”, disse a construtora. 

Na visão da XP, a Cury registrou fortes dados operacionais, impulsionados por lançamentos recordes.

Para o BTG, os resultados foram extremamente fortes em todos os setores (lançamentos, vendas e fluxo de caixa sólidos), “superando nossas expectativas já elevadas”.

“Cury está entregando em excesso seus planos de IPO, lançando mais do que o esperado (R$ 2,7 bilhões nos últimos 12 meses) e mantém forte velocidade de vendas”, completa.

Melnick tem números fracos

No terceiro trimestre, a Melnick arrecadou R$ 852 milhões em valor geral de vendas (VGV) bruto de lançamentos no ano.

Só no 3º trimestre de 2021, a companhia lançou dois empreendimentos residenciais no montante de R$ 247,4 milhões de VGV bruto.

No período, as vendas brutas e líquidas correntes somaram, respectivamente, R$ 108 milhões e R$ 99 milhões.

De acordo com o BTG, a Melnick reportou números operacionais fracos, com lançamentos e vendas chegando abaixo das expectativas.

“Mas a empresa está soberbamente posicionada para surfar uma recuperação do mercado imobiliário de Porto Alegre”, completa.