Zona do Euro

Europa terá aumento “significativo” dos juros em setembro, diz Villeroy, do BCE

27 ago 2022, 15:00 - atualizado em 27 ago 2022, 15:00
Considerado um centrista no conselho do BCE, Villeroy afirmou que os juros devem continuar crescendo na Zona do Euro. (Imagem: Reuters/Toru Hanai)

O Banco Central Europeu (BCE) precisa realizar outro significativo aumento na taxa de juros na Europa em setembro e deve chegar a um patamar “neutro” antes do fim do ano, disse o chefe do banco central francês, François Villeroy de Galhau, neste sábado (27).

O BCE aumentou os juros em 0,5 ponto percentual, ante zero, em julho visando enfrentar a inflação, que agora está se aproximando dos dois dígitos.

Outra alta semelhante está sendo precificada pelos mercados financeiros neste momento.

Considerado um centrista no conselho do BCE que determina as taxas de juros, Villeroy afirmou que os juros devem continuar crescendo até o banco atingir um patamar neutro, que é em algum lugar entre 1% e 2%.

Em patamar neutro, o banco central nem estimula e nem freia o crescimento.

“Podemos chegar lá antes do fim do ano, após outro passo significativo em setembro”, disse Villeroy no simpósio anual do Federal Reserve em Jackson Hole.

Embora os mercados estejam apostando em um movimento de 50 pontos base em setembro, muitos responsáveis pela política do BCE, como o chefe do banco central holandês Klaas Knot e o austríaco Robert Holzmann, disseram que uma alta de 75 pontos base também deveria ser discutida.

Villeroy afirmou que o BCE estava disposto ir além do patamar neutro, se for necessário.

“Não tenha dúvida que nós do BCE, se necessário, aumentaremos as taxas de juros além da normalização: levar a inflação de volta a 2% é nossa responsabilidade; nossa vontade e nossa capacidade de cumprir nossa missão são incondicionais”, acrescentou.

O chamado ‘forward guidance’ –sinalizações futuras sobre os juros–, fornecido há anos, agora é visto como desaconselhável, devido às incertezas da economia global.

Villeroy não reconheceu abertamente o risco cada vez maior de uma recessão, mas mencionou que as perspectivas de crescimento estavam recuando, enquanto o cenário da inflação se deteriora.

O banqueiro disse que o BCE também precisa considerar mudanças na maneira como lida com o excesso de reservas.

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