Internacional

Europa: Ameaças de Trump à Airbus baixam o ânimo em mercados

09 abr 2019, 8:48 - atualizado em 09 abr 2019, 8:52
Trump
Trump estabeleceu taxa de US$ 11 bilhõs para importações europeias

Por Geoffrey Smith/Investing.com 

As pessoas da Airbus provavelmente sabiam que era bom demais para durar.

As ações da empresa caíram 2,0% após o início do pregão de terça-feira, em resposta às notícias de que a administração americana está preparando tarifas sobre o valor de US$ 11 bilhões das importações da UE como uma reação ao que considera subsídios injustos ao campeão do aeroespaço da Europa.

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A ameaça de um novo conflito comercial tem detido o mercado mais amplo, mas não o impediu de obter novos ganhos. Às 5h15, o índice de referência Euro Stoxx 600 subia 0,1%, para 387,82. O DAX da Alemanha caía 0,2%, o CAC 40 da França subia 0,1%, com uma nova máxima de sete meses.

A Airbus atingiu uma série de altas de todos os tempos neste ano, capitalizando a posição da empresa como um duopolista em aeronaves de grande porte, um dos setores de crescimento global mais seguros dos próximos 20 anos.

Em um duopólio, o que é ruim para um é quase inevitavelmente bom para o outro. Os desastres com perdas humanas ocorridos com o 737 Max da Boeing têm voltado a demanda para o seu único grande concorrente, algo que, com o tempo, engordará ainda mais a carteira de pedidos da Airbus e permitirá que ela cobra preços mais altos. (O mesmo processo funcionou em sentido inverso por um tempo após o acidente AF447 envolvendo um Airbus A330 em 2009.)

Recentemente as coisas pioraram para a Boeing (NYSE:BA) quando a China usou o 737 Max para provar um ponto aos EUA sobre seu poder comercial, colocando um enorme pedido para a Airbus e retirando o 737 Max de uma lista de compras de produtos fabricados nos Estados Unidos que fazem parte de negociações comerciais em andamento com Washington.

Ações da boeing caíram nesta terça-feria, empresa disse que cortaria um quinto da produção

As ações da Boeing caíram 4,4% na segunda-feira após a companhia ter dito que cortaria a produção do modelo em quase um quinto.

Então o apoio da administração Trump claramente chega em um bom momento para a Boeing. Os europeus suspeitarão que o seu timing não é uma coincidência.

Se isso vai levar a algum lugar é outro assunto. As duas partes processam-se mutuamente na Organização Mundial do Comércio por vários alegados subsídios há 14 anos.

Nenhum dos lados pode se dar ao luxo de ver seu campeão cair, e não está claro se uma mudança significativa no poder de mercado entre os dois beneficiaria os compradores de aviões do mundo. Acima de tudo, a Europa certamente reagirá com tarifas próprias, aumentando os riscos econômicos para o presidente Trump, à medida que ele busca a reeleição no ano que vem.

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