Internacional

Europa: Índices em alta com foco na política da Itália e em impostos na Alemanha

21 ago 2019, 10:15 - atualizado em 21 ago 2019, 21:33
Investidores consideraram que crise política italiana pode não se ampliar ao cenário europeu (Imagem: Bloomberg)

Por Geoffrey Smith/Investing.com 

O mercado de ações da Itália recuperou seu interesse nesta quarta-feira, depois que investidores consideraram que a mais recente crise política pode não se ampliar inevitavelmente ao cenário europeu como muitos temem.

FTSE MIB liderava os mercados da Europa após o início do pregão, subindo 1,4%, a maior alta de duas semanas, depois que a renúncia do primeiro-ministro Giuseppe Conte deixou o país temporariamente sem um governo.

Outros mercados seguiram a Itália em alta depois de relatos de que o governo alemão havia concordado com um projeto de lei revogando em grande parte a chamada “sobretaxa de solidariedade” sobre o imposto de renda. Esse é o maior movimento de Berlim até agora para apoiar uma economia que está desacelerando em meio a pressões relacionadas ao comércio. O chamado “Soli” gerou quase 20 bilhões de euros para o governo no ano passado.

A referência, o Euro STOXX 600 sobe 1,34% em 375,32, enquanto o FTSE MIB em alta de 2,04% e o alemão DAX sobe 1,44%. O FTSE 100 do Reino Unido avança 1,22%.

O presidente Sergio Mattarella agora conduzirá dois dias de conversas com os vários partidos no parlamento para ver se outra maioria pode ser formada. Se não, suas escolhas efetivamente se resumem a convocar novas eleições ou instalar um governo de técnicos para supervisionar a aprovação de um orçamento para 2020, antes de convocar eleições na primavera.

Esta última opção é a mais provável, diz Florian Hense, economista do Berenberg Bank em Berlim. Isso porque significa que os tecnocratas, em vez de qualquer um dos maiores partidos do país, terão a impopular tarefa de fazer 20 bilhões de euros em economias no próximo orçamento. De acordo com a legislação já em vigor, se essas economias não forem encontradas, um aumento de 3 pontos percentuais no imposto sobre valor agregado entrará em vigor.

Hense coloca 50% de chance no cenário acima. O segundo cenário mais provável, diz ele, seria o Movimento 5 Estrelas acertando suas diferenças com o Partido Democrático, de centro-esquerda, e concordando em formar um novo governo.

Qualquer um deles adiaria o que o mercado mais teme – adiantar eleições que colocariam o partido populista direitista Lega de Matteo Salvini no poder, seja sozinho ou com outros partidos anti-imigrantes e eurocéticos.

“Quanto mais forte Salvini for, mais barulhento o conflito com a UE sobre o orçamento de 2020 pode tornar-se”, disse Hense em uma nota aos clientes, acrescentando que isso poderia causar uma nova onda no rendimento dos títulos.

“Para evitar um grande confronto com a UE e manter os rendimentos dos títulos em níveis acessíveis, Salvini teria que realizar uma grande reviravolta”, argumentou Hense em uma nota aos clientes.

Os ganhos nos mercados de títulos, como de costume, ajudaram as ações dos bancos desde o discurso de Conte. O Intesa Sanpaolo (ISP) cresci 1,89%, enquanto o Unicredit (CRDI) sobe 1,60%. No entanto, os maiores ganhos foram entre os nomes menores, amplamente percebidos como mais fracos do que os dois grandes. O UBI Banca (UBI) sobe 2,94%, enquanto o Banco Bpm (BAMI) subia 2,35% e o Mediobanca (MDBI) aumenta 2,12%.

No entanto, os maiores ganhos tiveram pouco a ver com a política: a Fiat Chrysler subia 3,8% e a holding da família Agnelli, Exor, subia 3,3% com o relatório sugerindo que a empresa ainda está conversando com a Renault francesa (RENA) sobre uma possível fusão.

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