Internacional

Europa: A raposa da Elliott tomando conta do galinheiro da Bayer

27 jun 2019, 9:51 - atualizado em 27 jun 2019, 9:51

(Imagem: Reprodução/Redes Sociais)

Por Geoffrey Smith/Investing.com

As ações da gigante de produtos químicos alemã Bayer (DE:BAYGN) estão em alta nesta quinta-feira, depois que a Elliott Management, do investidor ativista Paul Singer, anunciou um investimento de US$ 1,1 bilhão na empresa.

A notícia veio logo após o anúncio da Bayer na quarta-feira de que havia contratado John Beisner, um renomado advogado litigioso, para aconselhá-la sobre o manuseio de milhares de processos contra ela em relação a problemas de saúde causados pelo glifosato, o ingrediente ativo em seu erbicida Roundup. A Roundup se tornou uma marca da Bayer quando comprou a Monsanto (NYSE:MON) por US$ 66 bilhões, um negócio que foi concluído no ano passado.

Nos mercados, o índice Dax que sobe 0,23% com as esperanças reforçadas de corte de juros do Banco Central Europeu e do Federal Reserve, e com a esperança de que os EUA adiem a próxima rodada de tarifas sobre as importações chinesas, que deverão entrar em vigor na próxima semana. O FTSE 100 de Londres recua 0,22%, enquanto o valor de referência Euro Stoxx 600 avança 0,01%, para 382,24.

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A Elliott divulgou um comunicado na quarta-feira dizendo que espera que Beisner ajude a Bayer a encontrar “uma solução justa e oportuna para seus complexos desafios de litígio”.

Isso por si só seria bem-vindo para os acionistas da Bayer, que votaram em números recordes em relação ao desempenho da administração da empresa na reunião de acionistas deste ano, apenas para que o conselho de supervisão se recusasse a agir em sua resolução.

Mas para a Elliott, é apenas uma entrada antes do prato principal. A ativista disse que calcula que o valor de mercado da Bayer deve ser superior a 30 bilhões de euros e emitiu um aviso bem velado de que quer ver mais de seus negócios desmembrados ou vendidos para perceber esse valor.

“A Elliott espera que a empresa se baseie no anúncio de hoje e assuma um compromisso crível com a exploração de alavancas criativas de valor a longo prazo, além das disputas judiciais imediatas e melhorias na governança”, afirmou.

É aí que as coisas vão ficar complicadas para o CEO Werner Baumann. Embora a Bayer tenha mudado um pouco seu portfólio corporativo nos últimos anos – ela transformou os negócios de revestimentos da Covestro e pretende vender seus negócios de saúde animal até o final do ano – ela tem uma estrutura de conglomerado pesada, abrangendo produtos farmacêuticos, ciência das colheitas e de saúde do consumidor.

Pode-se esperar que a Elliott pressione Baumann para que faça mais e mais rápido, para simplificar a empresa. Isso vai contra a corrente de uma administração dada à construção de um império, mas a realidade é que a aquisição da Monsanto foi um fracasso e que, apesar da proteção dos aliados de Baumann no conselho de supervisão, Elliott fará a administração pagar por isso.

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