Eucatex, da família Maluf, quer ajuda da B3 para saber quem fez suas ações dispararem
Em carta à B3, a Eucatex (EUCA3; EUCA4) afirmou que ignora os motivos que levaram suas ações a dispararem nos últimos dias. Além disso, a fabricante de pisos e laminados de madeira, que pertence à família de Paulo Maluf, pediu ajuda à dona da bolsa brasileira para identificar as razões do salto.
Em apenas dois dias, 16 e 17 de dezembro, as ações chamaram a atenção, tanto pela alta da cotação, quanto pelo volume negociado. No primeiro dia, as ações ordinárias (EUCA3) subiram 60,47%, para R$ 17,25. No pregão seguinte, a alta foi ainda maior: 85,51%, levando o papel para R$ 32.
O volume de transações também cresceu acentuadamente. No dia 17, por exemplo, foram negociados 24,8 mil contratos, dez vezes mais que a média diária dos últimos três meses.
Ajuda
Na carta da Eucatex à B3, com data desta quinta-feira (19), a empresa afirma desconhecer as razões de tais movimentações atípicas, e acrescenta: “gostaríamos de contar com o apoio de V.Sas. para identificarmos os responsáveis por tais oscilações.”
Paulo Maluf é ex-governador do Estado de São Paulo e ex-prefeito da capital. Maluf encerrou a carreira política de modo melancólico. Seu mandato de deputado federal foi cassado pela Câmara em outubro de 2018, após ser condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por crime de lavagem de dinheiro.
Atualmente, cumpre a pena em prisão domiciliar. Sua família possui 59,79% das ações ordinárias da Eucatex, sendo, portanto, sua controladora.
Veja, abaixo, a troca de cartas entre a B3 e a Eucatex.