EUA podem cortar fluxos de capital e dar calote na China de propósito, diz Ray Dalio
Diante da proposta de bloqueio de investimentos dos EUA na China, o gestor bilionário Ray Dalio disse em postagem no LinkedIn que mais restrições poderão ocorrer a frente.
“Em relação às guerras de capital e do câmbio, a possibilidade do presidente dos EUA de cortar unilateralmente os fluxos de capital para a China e também congelar os pagamentos das dívidas detidas por Pequim existe”, avaliou o presidente do hedge fund Bridgewater Associates.
Além de interrompimento nos fluxos e não pagamento da dívida, Dalio avalia ainda que o governo Trump poderá utilizar sanções econômicas para inibir transações financeiras de outros países com a China.
Mecanismos em foco
Dalio pondera ainda que o presidente Donald Trump pode usar mecanismo de emergência semelhante ao visto em 1940, quando o governo norte-americano congelou ativos do Japão e embargou embarques de petróleo em virtude da Segunda Guerra Mundial.
“Por isso que a proposta de limitar investimentos norte-americanos na China me faz pensar tanto sobre as implicações deste passo e imaginar se é uma inclinação para movimentos de maior amplitude”, afirmou o gestor.
Neste contexto, “todos os participantes do mercado devem se preocupar agora” com novas medidas a serem lançadas na guerra comercial.
Além do comércio
Levando em conta que os conflitos entre as duas maiores economias do mundo superam a fronteira do comércio internacional e tratam de soberania nacional principalmente, Dalio destaca a guerra tecnológica de Pequim e Washington e traça dois cenários distintos nas próximas décadas.
O primeiro contempla bipolarização entre China e EUA, sendo a primeira força dominante no Oriente e o segundo país como principal potência do Ocidente.
Caso contrário, “poderemos ter guerras mais dolorosas de todos os tipos”, completa Dalio.