Internacional

EUA pedem “ação concreta” da China para cumprir compromissos de compra da Fase 1

07 fev 2022, 9:47 - atualizado em 07 fev 2022, 9:47
Joe Biden
O presidente dos EUA, Joe Biden, já disse que o acordo comercial não aborda os problemas centrais com a China, mas autoridades norte-americanas têm pressionado Pequim a cumprir o acordo assinado (Imagem: REUTERS/Evelyn Hockstein)

Autoridades norte-americanas pediram nesta segunda-feira uma “ação concreta” da China para cumprir seu compromisso de comprar 200 bilhões de dólares em bens e serviços adicionais dos Estados Unidos em 2020 e 2021 sob a “Fase 1” do acordo comercial assinado pelo ex-presidente norte-americano Donald Trump.

As autoridades disseram que Washington está perdendo a paciência com Pequim, que “não mostrou sinais reais” nos últimos meses de que fechará a lacuna no acordo de dois anos que expirou no final de 2021.

Os comentários vêm um dia antes de o governo dos EUA divulgar dados comerciais do acumulado do ano, que analistas preveem que mostrará um déficit significativo na promessa da China de aumentar as aquisições de energia, serviços e bens agrícolas e manufaturados dos EUA.

Até novembro, a China atingiu apenas cerca de 60% da meta, de acordo com dados comerciais compilados pelo membro sênior do Peterson Institute for International Economics, Chad Bown.

O presidente dos EUA, Joe Biden, já disse que o acordo comercial não aborda os problemas centrais com a China, mas autoridades norte-americanas têm pressionado Pequim a cumprir o acordo assinado.

“Como herdamos este acordo, dialogamos com a (República Popular da China) sobre suas deficiências de compromisso de compra, tanto para lutar pelos agricultores, pecuaristas e fabricantes dos EUA quanto para dar à China a oportunidade de cumprir seus compromissos. Mas nossa paciência está se esgotando”, disse uma das autoridades.

A China continua interagindo com autoridades norte-americanas sobre o assunto, mas Washington está buscando “ação concreta”, não “falar por falar”, acrescentou a autoridade.

O acordo assinado por Trump em janeiro de 2020 evitou a escalada de uma guerra comercial de quase três anos entre as duas maiores economias do mundo, mas deixou em vigor tarifas sobre centenas de bilhões de dólares em importações de ambos os lados do Pacífico.

Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, disse nesta segunda-feira que os EUA devem trabalhar com a China para impulsionar os laços econômicos e comerciais.

“Para os problemas específicos que surgem nas relações econômicas e comerciais entre os dois países, ambos os lados devem resolvê-los adequadamente no espírito de respeito mútuo, igualdade e consulta”, disse Zhao em coletiva de imprensa.

O Ministério do Comércio da China não respondeu a um pedido de comentário enviado por fax.