Internacional

EUA: PCE mostra riscos equilibrados e indica que Fed não deve mudar plano de voo

31 out 2024, 11:54 - atualizado em 31 out 2024, 11:55
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(Imagem: Kevin Lamarque/Reuters)

Os dados da inflação norte-americana, divulgados na manhã desta quinta-feira (31), indicam que os riscos estão equilibrados e que o Federal Reserve (Fed) deve dar continuidade ao ciclo de flexibilização monetária, afirmam economistas. O PCE subiu 0,2% em setembro e foi a 2,1% em um ano.

A expectativa é de que o banco central dos Estados Unidos (EUA) corte os juros em 0,25 ponto percentual (p.p.) na reunião da semana que vem, levando a taxa para o intervalo de 4,50% a 4,75%.

O economista da XP, Francisco Nobre, diz que, no geral, os dados de inflação permanecem “amplamente benignos”. No entanto, ele espera que o PCE permaneça acima da meta no primeiro semestre de 2025 — “o que exige que a política monetária permaneça em território restritivo por mais algum tempo”.

Além disso, o crescimento econômico e os dados do mercado de trabalho mostraram força contínua, diminuindo a necessidade de um rápido ajuste da política monetária. Tal robustez da economia também torna incerto o patamar da taxa de juros ao fim do ciclo. 

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“A flexibilização das taxas muito rápida pode desfazer um aumento na confiança do consumidor e das empresas, o que pode comprometer o estágio final do processo de desinflação”, afirma.

O economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, inclusive, diz que esse cenário já leva a uma divisão clara nas apostas para o movimento de dezembro, com uma probabilidade de o Fed interromper as reduções.

A ferramenta de monitoramento CME FedWatch indicava que as apostas em uma pausa no ciclo na última reunião deste ano eram de 29%, após a divulgação do PCE. 69,9% do mercado, entretanto, ainda via mais um corte de 0,25 p.p. — assim como os economistas da XP e da Nomad.

“Independente dos ajustes mais táticos, o cenário vem confirmando o pouso suave e afastando as preocupações mais alarmantes sobre o enfraquecimento da atividade”, afirma Igliori.

O economista reforça que as análises em torno das eleições e do relatório de emprego devem concentrar as atenções até a próxima reunião.

0,50 não é ‘novo ritmo’

Na reunião de setembro, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) cortou os juros de referência em 0,50 p.p. A taxa, que estava no intervalo de 5,25% a 5,50% desde julho de 2023, foi reduzida para 4,75% a 5% ao ano.

Apesar de começar o ciclo de afrouxamento monetário dos EUA com um corte robusto, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que não se trata de um “novo ritmo”.

“As condições nos permitiram realizar um corte maior nos juros hoje, mas eu não quero que ninguém olhe para isso como um novo ritmo”, disse.

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