Economia

EUA: Payroll robusto joga balde de água fria no Fed e ameaça corte de juros em setembro; e agora?

07 jun 2024, 12:14 - atualizado em 07 jun 2024, 12:33
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Payroll robusto joga balde de água fria no Fed e ameaça corte de juros em setembro (Imagem: REUTERS/Joshua Roberts)

O resultado mais forte do que o esperado do payroll dos Estados Unidos (EUA) jogou um balde de água fria no Federal Reserve (Fed). Os números mostram que a economia segue aquecida e a inflação corre o risco de alta, o que ameaça o início do ciclo de flexibilização de juros já em setembro.

A economia norte-americana abriu 272 mil postos de trabalho em maio, em comparação com expectativa de 185 mil. O analista da Empiricus Research, Enzo Pacheco, no entanto, diz que o “pior” foi o aumento de 4,1% nos ganhos médios por hora, que superaram a projeção de 3,9% de economistas.

O relatório foi na contramão dos demais indicadores de emprego divulgados ao longo da semana, que sinalizaram um mercado menos apertado. No JOLTS, as vagas em aberto caíram 296 mil, totalizando 8,059 milhões, enquanto, no ADP, foram criados 152 mil empregos no mês passado, ante os 188 mil em abril.

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Após a divulgação do payroll, operadores aumentaram as apostas para o início do corte de juros somente em novembro. 49,4% do mercado espera uma primeira redução no penúltimo mês do ano, enquanto 51,6% apostam em setembro. Mais cedo, as porcentagens eram de 46,6% e 55,7%, respectivamente, segundo a ferramenta CME FedWatch Tool.

O economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, avalia que a aceleração dos dados reforça que o Fed deve pontuar na próxima reunião que precisa de mais confiança para iniciar o ciclo de flexibilização. Apesar disso, o Comitê deve indicar que há espaço para reduzir o aperto da política monetária ao longo do segundo semestre.

“Considerando um conjunto mais amplo de dados de atividade, que indicam moderação do crescimento e dos núcleos de inflação, que sinalizam um comportamento benigno dos preços, avaliamos que o Fed deverá iniciar o ciclo na reunião de setembro, com três corte de 25 pontos base até dezembro desse ano”, diz.

Taxa de desemprego dá esperanças para o Fed?

Apesar de números acima do esperado de vagas e salário nos EUA, o economista-chefe da Monte Bravo destaca que o desemprego aumentou em maio. A taxa subiu de 3,9% para 4%, o que reduz em partes as preocupações com a criação de empregos.

Costa explica que a elevação do desemprego, apesar de singela, “indica que a ociosidade da economia está aumentando”.

“Essa alta do desemprego ocorreu devido à redução de 408 mil empregos, o que é um conflito entre as duas pesquisas dada à diferença de metodologia”, diz.

O economista avalia ainda que, em horizontes mais longos de seis a 12 meses, as pesquisas tendem a indicar a mesma tendência do mercado de trabalho.

Ainda assim, o aumento na criação de vagas pesou e desafiou as expectativas de que o mercado de trabalho esteja esfriando de uma forma que poderia ajudar na luta do Fed contra a inflação.

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