EUA ordenam mais inspeções do Airbus A220 após falhas em motores em pleno voo
Motores das novas aeronaves A220 da Airbus devem passar por mais inspeções para identificar rachaduras nos rotores do compressor, após o registro de um terceiro desligamento em pleno voo, segundo a agência reguladora do setor de aviação dos EUA, que classificou o ocorrido de “questão de segurança urgente”.
A nova diretiva da Administração Federal de Aviação dos EUA deve ser publicada nesta terça-feira. A medida segue uma diretiva anunciada sábado pela agência Transport Canada, segundo a qual os A220 devem voar apenas com 94% da potência total quando acima de cerca 8.800 metros de altitude e permanecer abaixo de 10.700 metros em condições de formação de gelo, pois o uso do sistema para degelo pode causar superaquecimento do motor.
A Airbus tem enfrentado problemas com os motores turbofan da Pratt & Whitney, que tiveram de ser desligados várias vezes durante voos nos últimos meses.
A unidade suíça da Deutsche Lufthansa suspendeu temporariamente os voos com sua frota este mês depois que um “sério” problema com um motor forçou um avião de Londres com destino a Genebra a desviar para Paris. A Swiss, maior operadora de aeronaves de corpo estreito do mundo, retomou as operações com o jato um dia depois.
O risco de operar os motores afetados sem inspeções iniciais e repetitivas dos rotores de compressores de baixa pressão “é inaceitável”, afirmou a FAA. A falha do rotor pode liberar detritos do motor em alta velocidade e potencialmente danificar a aeronave.
Novo software
Um problema com o software da Pratt, desenvolvido no início deste ano, está sendo investigado como possível causa das falhas nos motores, que são agravadas pela altitude e velocidade do ar, disse uma pessoa a par do assunto.
“Acreditamos que esta diretiva, que foi baseada em resultados de investigação e dados de testes de voo até o momento, atenua uma condição que pode levar aos problemas recentes com o compressor de baixa pressão”, segundo comunicado da Pratt, uma unidade da United Technologies.
As inspeções realizadas na semana passada na maioria dos motores em operação “não encontraram resultados”, disse a Pratt. “O motor continua a atender aos critérios de aeronavegabilidade.”
A Airbus afirmou em comunicado que as medidas foram inicialmente recomendadas pelo fabricante. É prática padrão “para a Transport Canada, como principal autoridade de aeronavegabilidade para o tipo de aeronave A220, obrigar os operadores a cumprirem as medidas operacionais”, disse a empresa.
A fabricante de aviões europeia adquiriu o controle do programa A220 da canadense Bombardier no ano passado.