EUA oferecem opção de quotas restritivas às exportações brasileiras de alumínio e aço ou sobretaxa
Os Estados Unidos interromperam a negociação e decidiram aplicar imediatamente a taxa extra de 25% sobre exportações de aço e de 10% para exportações de alumínio brasileiros para os Estados Unidos e ofereceram de forma unilateral a alternativa de adotar quotas para restringir as exportações.
Diante disso, os exportadores de alumínio preferiram aceitar a sobretaxa de 10%, enquanto os de aço escolheram a imposição de cotas. O ministro Marcos Jorge espera a publicação dos detalhes da decisão.
“A primeira suspensão de um mês está acabando agora, e nós estamos esperando é que eles façam uma prorrogação até que a decisão definitiva seja publicada. Até que isso ocorra entendemos que ainda não haja sobretaxação.”
Na última segunda-feira (30), agências internacionais de notícia divulgaram que o governo norte-americano teria fechado acordo com Brasil, Argentina e Austrália para isentar esses países do pagamento da taxa extra.
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, comenta a situação.
“Os Estados Unidos têm um déficit comercial de US$ 600 bilhões. Eu concordo que é alto e que tem que reduzir. Mas ele pode fazer isso aumentando as exportações dos Estados Unidos e não reduzindo as importações americanas. O que o Trump quer é obrigar que os países reduzam as exportações para os Estados Unidos e, assim, reduzindo as exportações para lá, ele está reduzindo a nossa atividade econômica.”
O Departamento de Comércio dos EUA iniciou em 2017 as investigações que resultaram em 8 de março na sobretaxação, alegando ameaça à segurança e ao comércio norte-americano. As taxas extras foram suspensas para negociação em 23 de março. O governo brasileiro argumenta que no caso do comércio de alumínio, os Estados Unidos têm superávit em relação ao Brasil.
Já nas trocas envolvendo aço, as indústrias são integradas. Cerca de 80% das exportações brasileiras de aço são de produtos semiacabados, utilizados como insumo pela indústria siderúrgica norte-americana.
Trinta e dois por cento do aço exportado pela indústria nacional têm como destino o mercado americano. O Brasil é o segundo maior exportador do produto para os Estados Unidos, atrás apenas do Canadá, que ficou de fora da nova taxa norte-americana.
Segundo nota divulgada pelos ministros da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Jorge, e das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, em 26 de abril, o governo brasileiro menciona que mantém a expectativa de que os EUA não prossigam com a aplicação de restrições.