EUA: Fim de liquidez levou ao pior desempenho dos mercados desde crash de 2008
Em 2022, apesar de os Estados Unidos terem apenas flertado com um estado de recessão, o comportamento negativo dos três principais índices de Wall Street ao longo do ano proporcionou evidências de que a maior economia do mundo não está no auge da sua saúde.
O Dow Jones — que une as 30 maiores e mais negociadas empresas na Bolsa de Nova York — foi o índice que apresentou a maior resiliência, caindo cerca de 8%.
Composto por pesos pesados da indústria, como Johnson & Johnson (JNJ) e Coca-Cola (KO), o benchmark acabou beneficiado pelo perfil de empresas que o compõem: geradoras de enormes fluxos de caixa e detentoras de partes majoritárias dos mercados onde competem.
Já o S&P 500 — índice que abrange as 500 maiores empresas com negócios nos Estados Unidos — deve encaminhar perdas próximas dos 20%, estacionando abaixo dos 4.000 pontos. De acordo com o Dow Jones Market Data, o encolhimento de dois dígitos é o pior resultado para o índice desde a crise financeira de 2008.
Fintechs e big techs dos EUA foram as mais prejudicadas
O Nasdaq, considerado o “lar” das empresas de tecnologia, foi o mais afetado pela elevação do custo de empréstimo. O índice corre para terminar o ano com perdas que somam 30%.
A oferta de crédito barato é um elemento-chave para o sustento de um modelo de negócio que depende de alta alavancagem (endividamento) para gerar as taxas de crescimento esperadas pelos mercado. O contrário aconteceu em 2022.
Um dos exemplos mais ilustrativos da erosão a que estiveram sujeitas as empresas de tecnologia é o da Meta Platforms (META), empresa parental do Facebook.
Gastos exuberantes com o metaverso e uma diminuição aguda na receita com anúncios digitais foram alguns dos fatores que tiraram a empresa de Mark Zuckerberg da lista das 20 companhias mais valiosas do mundo.
É estimado que a Meta tenha evaporado US$ 670 bilhões em valor de mercado, após chegar a tocar os US$ 100 por ação pela primeira vez desde o seu IPO.