EUA: Fed vê inflação mais firme e mostra que espaço para cortes de juros está ‘bastante limitado’

(Imagem: REUTERS/Joshua Roberts)

O comunicado e as projeções do Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira (18) mostram que o espaço para cortes futuros na taxa de juros está “bastante limitado”, diz o economista sênior do Inter, André Valério.

Os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) projetam que a inflação norte-americana terá alta de 2,4% em 2025, convergindo para a meta apenas em 2027. Já os juros devem encerrar o próximo ano em 3,9% — o que sugere apenas mais dois cortes de 0,25 ponto percentual (p.p.).

A trajetória mais elevada dos juros à frente — que antes previa quatro ajustes de 0,25 p.p. — deriva das novas projeções no índice de preços (PCE), de acordo com o próprio presidente da autarquia, Jerome Powell.

O Comitê fez poucas alterações nas suas estimativas para Produto Interno Bruto (PIB) e desemprego, mas elevou as previsões de inflação à frente — com 2,5% e 2,1% para 2025 e 2026, respectivamente.

O economista do Inter diz que o fato de o Fed projetar cortes nos juros ao longo de 2025, enquanto a inflação continua acima da meta, sugere uma maior tolerância com a inflação e uma prevalência do mandato do emprego — o que apresenta um risco em caso de uma reaceleração inflacionária.

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Em linha, o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, reforça que o Fed não vê uma economia mais forte, mas antevê que a inflação será mais duradoura, exigindo um ciclo de cortes de juros gradualista, principalmente no ano que vem.

Além disso, a dissidência de uma diretoria demonstra que o debate sobre cortes de juros em 2025 será “mais complicado”, especialmente diante da perspectiva de déficit fiscal mais duradouro, menor imigração e aumento das tarifas. Isso pode gerar novo impulso inflacionário.

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Tanto o Inter quanto a Nova Futura concordam que o Fed deve realizar apenas dois cortes de 0,25 p.p. nos juros em 2025.

No entanto, dado o contexto e a comunicação do Fed, o Inter espera que o Comitê pule a reunião de janeiro, corte em março e junho, mantendo a taxa no intervalo de 3,75% a 4% ao longo de 2025. Por outro lado, a Nova Futura projeta reduções em outubro e dezembro, mas reconhece um viés de alta.