EUA estudam solução para caso contra diretora da Huawei
Em uma disputa entre as duas maiores economias do mundo, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos está em negociações sobre uma possível resolução do processo contra a diretora financeira da Huawei Technologies, segundo uma pessoa a par do assunto.
Nenhum acordo ou termos foram definidos na discussão sobre o destino de Meng Wanzhou, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada.
Autoridades da Justiça e advogados discutiram a possibilidade de um acordo para adiar o processo relacionado a acusações de fraude bancária e eletrônica, o que permitiria a Meng deixar o Canadá e voltar para a China em troca de admitir irregularidades no processo criminal, informou a Dow Jones anteriormente, citando pessoas a par do assunto. Meng foi presa há dois anos em Vancouver e está confinada na cidade desde então.
As ações do governo Trump contra a Huawei – particularmente a prisão de Meng, filha do fundador Ren Zhengfei – aumentaram as tensões entre EUA e China.
Além do processo, o governo dos Estados Unidos pressionou aliados para impedir que suas operadoras de telecomunicações usassem o equipamento de rede da empresa devido a supostos riscos de segurança.
Meng tem resistido até agora à proposta porque acredita que não fez nada de errado, informou a Dow Jones. Os EUA afirmam que Meng teria induzido o HSBC a processar transações vinculadas ao Irã, que colocam o banco em risco de violar as sanções americanas.
Um porta-voz do DOJ e representantes da Huawei não quiseram comentar. Os advogados de Meng não responderam de imediato a pedidos de comentário da Bloomberg News.
Uma porta-voz do ministro da Justiça do Canadá, David Lametti, disse: “Como o assunto permanece nos tribunais, seria impróprio comentar.”
O Ministério de Relações Exteriores da China reiterou sua alegação de que Meng é inocente e pediu às autoridades dos Estados Unidos e do Canadá que arquivem os processos contra ela.
“Os Estados Unidos, para atingir o objetivo político de frear as empresas chinesas de alta tecnologia, orquestraram este caso, e o lado canadense foi seu cúmplice”, disse a repórteres a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Hua Chunying. “É um incidente 100% político”, afirmou na sexta-feira.